Milhares de pessoas desfilaram no sábado no centro de San Sebastian, no País Basco (Espanha), em protesto contra as detenções de vários líderes da esquerda basca, designadamente Arnaldo Otegi, porta-voz do ilegalizado Batasuna.
Otegi e quatro outros dirigentes bascos foram detidos, dia 13, por ordem do juiz Baltasar Garzon, que os acusou de «tentarem reconstruir a direcção do Batasuna sob instruções da ETA».
Neste grupo detido em San Sebastian na sede do sindicato LAB, onde estavam reunidos, figuram ainda Miren Zabaleta (filha do coordenador do partido Aralar), Rafa Diez Usabiaga, ex-secretário geral do sindicato LAB, Sónia Jacinto, ex-tesoureira do PCTV, e Arkaitz Rodríguez, absolvido em 2006 de ligação à ETA. Outros cinco dirigentes bascos foram detidos no mesmo dia em Hernani e Pamplona, na província de Navarra.
Dos dez detidos, o magistrado deixou em liberdade Rufi Etxebarria, Ainara Oiz Elorriaga, José Luis Moreno Sagües (Txelui), José Manuel Serra e Amaia Esnal, estes três últimos com fianças de 10 mil euros.
Na manifestação marcaram presença representantes da generalidade das formações políticas nacionalistas, incluindo dirigentes do Partido Nacionalista Basco (PNV), como Joseba Egibar, Andoni Ortuzar e Iñaki Gerenabarrena.
Muitas foram também as organizações bascas que condenaram as prisões. A nível internacional, o partido irlandês Sinn Féin, através da sua eurodeputada, Bairbre de Brún, qualificou este acto do governo espanhol como «um passo atrás» que «tornará muito mais difícil o processo de reconstrução e os esforços para dar um novo ímpeto a um processo de paz duradouro».
Direitos políticos negados
De facto, a operação policial traduz a determinação do governo espanhol de reprimir qualquer reorganização política das forças independentistas, mesmo que se insira no quadro democrático.
Como declarou o ministro espanhol do Interior, Alfredo Rubalcaba, Madrid não pode aceitar a constituição de um novo partido independentista, para o qual Arnaldo Otegi estaria a trabalhar com vista a concorrer às próximas eleições municipais de 2011, «mesmo que se demarque da violência» (Le Monde, 15.10).
Desde a sua saída da prisão, em Agosto de 2008, após 15 meses de encarceramento, Otegi tem defendido a constituição de um novo centro político de esquerda que vá ao encontro de uma parte importante do eleitorado basco, mais de dez por cento, que hoje está privado de representação política.
Recorde-se que depois da ilegalização do Batasuna, em 2003, as autoridades espanholas proibiram, há cerca de um ano, a Acção Nacionalista Basca (ANV) e o Partido Comunista das Terras Bascas, que possui vários representantes eleitos a nível local.
Já este ano, as listas independentistas às eleições regionais de 1 de Março foram interditadas. E só após várias batalhas judiciais foi possível apresentar uma lista independentista às eleições europeias, de 7 de Junho, encabeçada pelo dramaturgo Alfonso Sastre, que acabou por não ser eleito.
Publicado no Avante!
Otegi e quatro outros dirigentes bascos foram detidos, dia 13, por ordem do juiz Baltasar Garzon, que os acusou de «tentarem reconstruir a direcção do Batasuna sob instruções da ETA».
Neste grupo detido em San Sebastian na sede do sindicato LAB, onde estavam reunidos, figuram ainda Miren Zabaleta (filha do coordenador do partido Aralar), Rafa Diez Usabiaga, ex-secretário geral do sindicato LAB, Sónia Jacinto, ex-tesoureira do PCTV, e Arkaitz Rodríguez, absolvido em 2006 de ligação à ETA. Outros cinco dirigentes bascos foram detidos no mesmo dia em Hernani e Pamplona, na província de Navarra.
Dos dez detidos, o magistrado deixou em liberdade Rufi Etxebarria, Ainara Oiz Elorriaga, José Luis Moreno Sagües (Txelui), José Manuel Serra e Amaia Esnal, estes três últimos com fianças de 10 mil euros.
Na manifestação marcaram presença representantes da generalidade das formações políticas nacionalistas, incluindo dirigentes do Partido Nacionalista Basco (PNV), como Joseba Egibar, Andoni Ortuzar e Iñaki Gerenabarrena.
Muitas foram também as organizações bascas que condenaram as prisões. A nível internacional, o partido irlandês Sinn Féin, através da sua eurodeputada, Bairbre de Brún, qualificou este acto do governo espanhol como «um passo atrás» que «tornará muito mais difícil o processo de reconstrução e os esforços para dar um novo ímpeto a um processo de paz duradouro».
Direitos políticos negados
De facto, a operação policial traduz a determinação do governo espanhol de reprimir qualquer reorganização política das forças independentistas, mesmo que se insira no quadro democrático.
Como declarou o ministro espanhol do Interior, Alfredo Rubalcaba, Madrid não pode aceitar a constituição de um novo partido independentista, para o qual Arnaldo Otegi estaria a trabalhar com vista a concorrer às próximas eleições municipais de 2011, «mesmo que se demarque da violência» (Le Monde, 15.10).
Desde a sua saída da prisão, em Agosto de 2008, após 15 meses de encarceramento, Otegi tem defendido a constituição de um novo centro político de esquerda que vá ao encontro de uma parte importante do eleitorado basco, mais de dez por cento, que hoje está privado de representação política.
Recorde-se que depois da ilegalização do Batasuna, em 2003, as autoridades espanholas proibiram, há cerca de um ano, a Acção Nacionalista Basca (ANV) e o Partido Comunista das Terras Bascas, que possui vários representantes eleitos a nível local.
Já este ano, as listas independentistas às eleições regionais de 1 de Março foram interditadas. E só após várias batalhas judiciais foi possível apresentar uma lista independentista às eleições europeias, de 7 de Junho, encabeçada pelo dramaturgo Alfonso Sastre, que acabou por não ser eleito.
Publicado no Avante!