domingo, 25 de outubro de 2009

Solidariedade com os presos políticos bascos


Solidariedade e compromisso, receita para persistir
Enquanto a Polícia sob o comando de Rodolfo Ares se esmerava para apagar qualquer símbolo de solidariedade para com os presos políticos bascos, os rostos dos prisioneiros zarauztarras Haimar Arozena, Mikel Larrañaga, Joseba Permach, José Mari Pérez, José Antonio López Ruiz e Ekaitz Sirvent vinham para a rua todas as sextas-feiras.

Os zarauztarras não se deixaram oprimir pela caça às bruxas contra as fotos dos presos empreendida pelo Executivo de Lakua e, mesmo sabendo que isso lhes pode valer no mínimo uma imputação ou mesmo alguma viagem até à Audiência Nacional espanhola, não deixaram de exibir essas fotos nas concentrações semanais das sextas-feiras.

Desde que levar uma fotografia de um perseguido político é sinónimo de «enaltecimento do terrorismo», os cerca de 150 zarauztarras que se reúnem todas as sextas-feiras decidiram acrescentar um pouco mais à solidariedade para com os presos políticos elaborando uma lista de pessoas dispostas a pedir a autorização para a concentração. «Se é sempre a mesma pessoa a solicitá-la, será sempre mais fácil que acabe por ser processada; mas, se formos rodando a cada semana, têm de processar dezenas de pessoas», expressam os participantes na concentração.

Em Zarautz (Gipuzkoa), referem que foram dois os choques que tiveram com a Ertzaintza desde que se iniciou a interdição das imagens dos 742 presos que compõem actualmente o Colectivo de Presos Políticos Bascos (EPPK).
Na semana passada, quando os cidadãos desfilavam em manifestação, a Polícia autonómica, ao deparar com três mães com as imagens dos seus filhos no final da marcha, aproveitou a ocasião para tentar arrebatar-lhes as fotos, sem êxito.

No encontro de há duas semanas, a Ertzaintza tentou identificar também a mãe de outro preso político porque levava a imagem do seu filho. Como se recusou, o agente garantiu-lhe que ia ser processada, mas o cidadão que estava ao seu lado pegou na imagem do preso e desafiou o ertzainza a processá-lo também a ele. O gesto daquele habitante foi copiado por todos os congregados e os rostos dos presos políticos bascos foram passando de mão em mão até que os polícias se deram por vencidos.

Oihana LLORENTE
Fonte: Gara

2500 personalidades expressam o seu apoio à Etxerat e reclamam o respeito pelos direitos dos presos
Cerca de meia centena de pessoas acarinharam ontem os familiares dos prisioneiros políticos bascos na apresentação do manifesto «Elkartasun uholdea», que decorreu junto ao Museu Guggenheim, em Bilbau. Ali, encontravam-se as representantes sindicais Ainhoa Etxaide e Mati Iturralde (LAB), os membros da esquerda abertzale Periko Solabarria, Joxerra Etxebarria ou Arantza Urkaregi; a representante do Aralar nas juntas Rebeka Ubera; o músico Txerra Bolinaga (RIP) e membros do grupo musical Hesian; os bertsolaris Xabier Amuriza, Unai Iturriaga, Igor Elortza e Iratxe Ibarra; e representantes de diversos colectivos sociais (Bilgune Feminista, Esait), entre outros, para darem o seu apoio à Etxerat.
Em nome de todos eles, a bertsolari Oihana Bartra e o jornalista Iñaki Olano procederam à leitura do manifesto, que até agora conseguiu o apoio de 2500 pessoas de todos os espectros sociais.

O documento destaca a "total legitimidade" da Etxerat para trabalhar em defesa dos direitos dos seus familiares, amigos e amigas e recorda que "um amplo espectro da sociedade exigiu por diversas vezes o fim da dispersão".
Afirma que o objectivo de criminalizar as acções em defesa dos direitos dos presos é "o de ocultar à opinião pública a razão que subjaz a essa solidariedade", e manifesta o apoio à Etxerat, ao mesmo tempo que exige o fim dos ataques e das ameaças de que tem sido e está a ser alvo.
Por fim, os signatários reivindicam a repatriação dos prisioneiros e das prisioneiras bascas e o respeito pelos seus direitos e exigem a libertação dos que já cumpriram a pena a que foram condenados e dos que se encontram gravemente doentes.

Depois de agradecerem as adesões ao manifesto, mostraram a sua "preocupação" pelos ataques sofridos nos últimos meses nos controles policiais, nas revistas e nas visitas às prisões. Afirmaram ainda que o pedido de ilegalização da Etxerat representa "o último capítulo" da estratégia de criminalização da solidariedade, cujo propósito é "dar carta branca à violação" dos direitos dos presos.
No final, fizeram um apelo à sociedade no sentido de participar nas mobilizações da última sexta-feira de cada mês.
Fonte: Gara

«Elkartasun uholdea»: es eu / Signatários do manifesto

Sinatu! Assina!
Besarkada handi bat gure partetik.