segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Milhares de bascos nas ruas de Iruñea e de Euskal Herria contra o fascismo espanhol



Milhares de pessoas nas ruas no 12 de Outubro, «contra o fascismo de ontem e de hoje». [em euskara e castelhano]
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No «dia da hispanidade», mais de duas mil pessoas participaram na manifestação contra o fascismo que se realizou em Iruñea [Pamplona]. Gritos de "indepentzia", "alde hemendik", "ikurriña bai, espainola ez" e "UPN-PSN, faxistak" apoderaram-se de uma capital navarra [e de Euskal Herria] repleta de ikurriñas e bandeiras de Nafarroa. Afirmaram que as ameaças, as agressões e as sabotagens dos últimos meses ocorreram sob o "olhar condescendente de políticos, juízes e polícias".

Em euskara e castelhano, Dani Saralegi, jovem que foi alvo de ameaças fascistas, e María Santos Santaquiteria, denunciaram os casos de sequestro, de tortura e as inscrições. Estabeleceram ainda um paralelismo entre "os tempos actuais e os dos GAL", denunciando o desaparecimento do militante Jon Anza. Sublinharam que este tipo de acções procura "coartar a liberdade de pensamento e acção das pessoas que acreditam num outro modelo de convivência", bem como "amedrontar os cidadãos e paralisar os sectores mais combativos".

Ikurriñas e bandeiras de Nafarroa
A manifestação partiu às 17h45 da antiga estação de autocarros de Iruñea, encabeçada pela faixa com o lema "Atzoko eta gaurko faxismoari stop" [Ao fascismo de ontem e de hoje, stop], levada por representantes de sectores que foram vítimas dos últimos ataques fascistas.

Uma pessoa ataviada como o Bobo dos dançantes de Otsagabia abriu a marcha "espantando" os maus espíritos com uma espécie de pau. À frente dele, várias furgonetas da Polícia espanhola.

Numerosas ikurriñas e bandeiras de Nafarroa deixaram patentes as exigências dos manifestantes, que reclamaram "independentzia". Não faltaram denúncias como "zuek faxistak, zarete terroristak" [vocês, fascistas, são os terroristas] e "PSOE, GAL, berdin da" [PSOE, GAL, é a mesma coisa].

À passagem da marcha pela delegação do Governo espanhol em Iruñea, os manifestantes fizeram ouvir uma valente "assobiadela", acompanhada de sonoros "guau, guau" e "alde hemendik". Perto da sede da UPN, aumentaram os gritos de "UPN cunetero" e "UPN, PSN, faxistak", enquanto os de "independentzia" predominaram quando a marcha entrou pela Carlos III em direcção ao "monumento aos caídos", erguido durante a ditadura, na Praça Conde de Rodezno, onde teve lugar o acto político.

A marcha de Iruñea não foi a única manifestação contra o fascismo realizada em Euskal Herria. Houve marchas semelhantes em Donostia, Gasteiz, Bilbo e Santurtzi.
Fonte: Gara
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No «dia da hispanidade», o sindicato LAB reclamou um debate "sem condições" sobre o calendário laboral que os trabalhadores querem e levou a cabo diversas concentrações contra a imposição deste feriado aos bascos. Na imagem, a mobilização em Donostia.
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«Última hora! Antifaxista eguna: as pessoas detidas no sábado (já na rua) dizem que foram maltratadas», em SareAntifaxista

Na imagem, homenagem às vítimas do fascismo, na manifestação de sábado, em Iruñea.