sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Perseguição às manifestações de solidariedade com os presos políticos


O Departamento do Interior e a Eudel (Associação de Municípios Bascos) realçam o "acordo total" alcançado para remover toda a simbologia que não seja afim ao estado totalitário espanhol.
A outra simbologia, a de carácter fascista-franquista, continuará nas ruas da CAB 70 anos depois da guerra de 36.

Bilbo * E.H.
O conselheiro ordinário do Interior do estado no governo títere de Gasteiz, "Adolfo" Ares, e o presidente da (Eudel), Jokin Bildarratz, PNV(sa), realçaram o "consenso institucional" e o "acordo total" alcançado para retirar fotografias, inscrições, murais e cartazes não afins ao estado totalitário espanhol, depois de assinarem um protocolo de actuação.
A outra simbologia, a de carácter fascista-franquista, continuará nas ruas da CAB 70 anos depois da guerra de 36. Cumprir a "lei da memória histórica" não é uma prioridade para esta trupe de 'super democratas'.
"Aconchegar as vítimas do terrorismo fascista-franquista não é necessário para eles".
Fonte: SareAntifaxista

Ver também: «Lakua gastará meio milhão de euros a remover cartazes e fotos que acabam em carreiras de tiro», em Gara
"O conselheiro do Interior, Rodolfo Ares, e o presidente da Eudel, Jokin Bildarratz, assinaram na quarta-feira um protocolo de colaboração para trabalhar conjuntamente na retirada de cartazes, inscrições e fotografias 'que violem a lei e ofendam gravemente a memória e a dignidade das vítimas do terrorismo'. O Governo de Lakua aprovará no dia 6 de Outubro uma verba não inferior a 500 000 euros para fazer frente aos gastos respeitantes apenas ao que resta de ano."




Meio milhão de euros contra a solidariedade
Ares já tinha avisado no Parlamento de Gasteiz, com luz e taquígrafos, que não se ia «deixar enredar por questões legais» na hora de retirar as fotos dos prisioneiros bascos dos locais públicos e de reprimir a eito os actos em que fossem mostradas. E cumpriu a sua palavra. Apesar de o Tribunal Superior de Justiça do País Basco ter deixado assente que a mera exibição das fotografias não se pode considerar exaltação nem ofende as chamadas vítimas do terrorismo, o conselheiro do Interior prossegue a sua particular cruzada iconoclasta e ontem assinou com a Associação de Municípios Bascos (Eudel) um protocolo de actuação para eliminar das ruas de Araba, Bizkaia e Gipuzkoa as fotografias dos perseguidos políticos bascos, bem como cartazes, faixas e inscrições que qualificam como «enaltecimento do terrorismo».

Tanto Ares como Jokin Bildarratz, presidente jeltzale da Eudel, realçaram o «acordo total» entre ambas as instituições. O conselheiro destacou a importância de «unir esforços», enquanto o autarca de Tolosa manifestou o seu compromisso no sentido de «aconchegar as vítimas do terrorismo». Mas Bildarratz não ficou por aí. Chegou a afirmar que «o melhor cartaz é o cartaz que não se imprime e a melhor faixa aquela que não se coloca», num alarde de defesa da liberdade de expressão sem precedentes. Claro que esse empenho em «limpar» das ruas a solidariedade e a denúncia não sairá barato, nem pouco mais ou menos, aos bolsos dos contribuintes. Custará, só para o que resta de ano, meio milhão de euros, uma verba que será incrementada em posteriores exercícios, de acordo com as necessidades. Quem é que falou em crise?

Convém agora centrar a atenção nas letras pequenas do acordo para saber qual será o destino do material retirado e confirmar, no seu caso, que não termina nas mãos de pistoleiros como os que, tal como se pode ver num vídeo colocado no YouTube, fazem tiro ao alvo com as fotografias de dois presos bascos que apareciam na Câmara Municipal de Lizartza até à tomada de posse de Regina Otaola.
Fonte: Gara