O último comunicado da ETA, em que afirma que o tiroteio de Dammarie-lès-Lys ocorreu contra a sua vontade e teve origem na atitude da Polícia francesa - que acusa de ter disparado primeiro -, provocou ontem distintas reacções. Enquanto a Polícia francesa rejeitou a versão da ETA, formações políticas bascas e espanholas avaliaram outras partes do comunicado, no qual a ETA insistia na vontade de alcançar uma solução dialogada.
Depois de o comunicado da ETA ter vindo a público, a Direcção Geral da Polícia Nacional (DGPN) francesa emitiu um comunicado no qual - tal como indicou a agência France-Presse - refutava «as acusações proferidas pelos membros desta organização que contradizem os elementos da investigação», além de voltarem a «condenar firmemente esta acção terrorista da ETA em território francês».
No seu comunicado, publicado na íntegra na edição impressa de ontem do Gara, a ETA afirma entre outras coisas que o confronto ocorreu contra a sua vontade e que o tiroteio se iniciou depois de um polícia ter efectuado dois disparos, «supostamente 'para não matar'», na direcção de um dos seus militantes, que se encontrava no chão e desarmado.
De acordo com a ETA, esses primeiros disparos verificaram-se quando um grupo de polícias franceses tinha «neutralizado» quatro dos seus militantes num bosque de Dammarie-lès-Lys. Ao ouvirem os tiros, outros três militantes aproximaram-se do local armados e pediram aos polícias que abandonassem a zona. Não aconteceu assim e começou o tiroteio, no qual os militantes efectuaram nove disparos e os polícias «bastantes mais».
Segundo se percebe pela informação da agência France-Presse, a DGPN não apresentou ontem uma versão detalhada dos factos, tendo-se limitado a indicar que «toma nota de que a organização separatista basca ETA reivindica a acção de comando levada a cabo no dia 16 de Março em Villiers-en-Bière». Ao recordar que no decorrer dessa acção faleceu o comandante Jean-Serge Nérin, a DGPN refere que «foi assassinado cobardemente quando a sua patrulha efectuava um controle de pessoas suspeitas de participar no roubo de veículos».
O roubo ocorreu em Villiers-en-Bière, pequena localidade situada junto a Dammarie-lès-Lys.
A esquerda abertzale faz uma avaliação positiva
O último comunicado da ETA foi comentado ontem por vários representantes políticos que participaram no Aberri Eguna celebrado entre Hendaia e Irun. Assim, Miren Legorburu disse que a esquerda abertzale avalia de forma positiva as reflexões da organização armada, destacando que esta solicita aos governos espanhol e francês que se mostrem a favor de «uma solução democrática baseada no respeito pela vontade dos cidadãos bascos». «A ETA já disse em comunicados anteriores que o caminho é este», recordou, antes de salientar que «a bola está nas mãos dos bascos, que são quem tem de decidir o seu futuro e construir as bases deste edifício que deve ser feito entre todos».
Por seu lado, Pello Urizar (EA) disse que o seu partido esperava «mais» deste comunicado e que o primeiro passo que a ETA deve dar é «abandonar as armas».
PNV, PSE e PP não vêem mudanças na organização armada.
Notícia completa: Gara
Depois de o comunicado da ETA ter vindo a público, a Direcção Geral da Polícia Nacional (DGPN) francesa emitiu um comunicado no qual - tal como indicou a agência France-Presse - refutava «as acusações proferidas pelos membros desta organização que contradizem os elementos da investigação», além de voltarem a «condenar firmemente esta acção terrorista da ETA em território francês».
No seu comunicado, publicado na íntegra na edição impressa de ontem do Gara, a ETA afirma entre outras coisas que o confronto ocorreu contra a sua vontade e que o tiroteio se iniciou depois de um polícia ter efectuado dois disparos, «supostamente 'para não matar'», na direcção de um dos seus militantes, que se encontrava no chão e desarmado.
De acordo com a ETA, esses primeiros disparos verificaram-se quando um grupo de polícias franceses tinha «neutralizado» quatro dos seus militantes num bosque de Dammarie-lès-Lys. Ao ouvirem os tiros, outros três militantes aproximaram-se do local armados e pediram aos polícias que abandonassem a zona. Não aconteceu assim e começou o tiroteio, no qual os militantes efectuaram nove disparos e os polícias «bastantes mais».
Segundo se percebe pela informação da agência France-Presse, a DGPN não apresentou ontem uma versão detalhada dos factos, tendo-se limitado a indicar que «toma nota de que a organização separatista basca ETA reivindica a acção de comando levada a cabo no dia 16 de Março em Villiers-en-Bière». Ao recordar que no decorrer dessa acção faleceu o comandante Jean-Serge Nérin, a DGPN refere que «foi assassinado cobardemente quando a sua patrulha efectuava um controle de pessoas suspeitas de participar no roubo de veículos».
O roubo ocorreu em Villiers-en-Bière, pequena localidade situada junto a Dammarie-lès-Lys.
A esquerda abertzale faz uma avaliação positiva
O último comunicado da ETA foi comentado ontem por vários representantes políticos que participaram no Aberri Eguna celebrado entre Hendaia e Irun. Assim, Miren Legorburu disse que a esquerda abertzale avalia de forma positiva as reflexões da organização armada, destacando que esta solicita aos governos espanhol e francês que se mostrem a favor de «uma solução democrática baseada no respeito pela vontade dos cidadãos bascos». «A ETA já disse em comunicados anteriores que o caminho é este», recordou, antes de salientar que «a bola está nas mãos dos bascos, que são quem tem de decidir o seu futuro e construir as bases deste edifício que deve ser feito entre todos».
Por seu lado, Pello Urizar (EA) disse que o seu partido esperava «mais» deste comunicado e que o primeiro passo que a ETA deve dar é «abandonar as armas».
PNV, PSE e PP não vêem mudanças na organização armada.
Notícia completa: Gara