De acordo com a estimativa da Euskal Memoria fundazioa, 10 mil cidadãos bascos terão sido torturadas nos últimos 50 anos pelas forças de segurança do Estado
argia.com * E.H.
Essa foi uma das questões realçadas por Arantxa Erasun, membro da Euskal Memoria fundazioa, e Julen Arzuaga, advogado do Observatório dos Direitos Humanos, no decorrer da conferência que deram em Eibar (Gipuzkoa). Em colaboração com a Euskal Memoria, Julen Arzuaga está a preparar a publicação da obra Oso latza izan da. Tortura en Euskal Herria, que deve sair no final deste ano. / Notícia completa: SareAntifaxistaVer também: «Conhecer e divulgar a verdade sobre a tortura» (euskalmemoria.com)
Foi esta a meta que a Euskal Memoria estabeleceu para este ano. O trabalho monográfico que publicaremos em Dezembro irá abordar as consequências colectivas e pessoais da Tortura em Euskal Herria. Julen Arzuaga, autor do livro, e Arantxa Erasun deram uma conferência em Eibar.
Deputado da Amaiur lembra ao Congresso espanhol que mais de 10 000 bascos afirmaram ter sido torturados
Iker Urbina (Amaiur) afirmou esta terça-feira no Congresso espanhol que mais de 10 000 cidadãos bascos afirmaram ter sido submetidos a torturas nos últimos 50 anos e que Madrid não adoptou as recomendações de diversas instâncias internacionais, como a Amnistia Internacional ou o Relator da ONU contra a Tortura, para evitar maus tratos.
Na sua intervenção, Iker Urbina recordou as palavras pronunciadas na véspera por Carlos Dívar, presidente do Consejo General del Poder Judicial (CGPJ), que assumiu que «as torturas praticamente não existem», reconhecendo implicitamente a sua prática.
Recordou ainda o 31.º aniversário da morte na esquadra de Joxe Arregi e afirmou que as denúncias de maus tratos proliferaram, apesar de planos de direitos humanos como o que foi aprovado pelo Governo espanhol em 2008. Finalmente, o deputado abertzale reivindicou os direitos dos presos a cumprirem a sua pena nas prisões próximas das suas casas. / Alberto PRADILLA / Notícia completa: Gara
Artzai Santesteban vai ser julgado na AN espanhola no dia 21
Artzai Santesteban, jovem de Antsoain (Nafarroa), vai ser julgado na Audiência Nacional espanhola no dia 21 deste mês, acusado de uma acção de kale borroka. As únicas provas contra ele são os depoimentos arrancados a outros jovens independentistas pelas forças de segurança durante o período de incomunicação.
Como se diz numa nota de imprensa enviada de Antsoain, o caso de Artzai não é um caso isolado, pois existem muitos jovens da localidade nas «listas negras» das forças policiais, em risco de ser detidos e encarcerados.
Karlos Martin e Sandra Barrenetxea, em liberdade
Karlos Martin, que se encontrava na prisão de Martutene, foi posto em liberdade ontem de manhã. O preso político de Lasarte (Gipuzkoa) foi detido no dia 8 de Outubro de 2003, com mais 33 cidadãos bascos, cinco dos quais presos em Ipar Euskal Herria. Encarcerado em Soto del Real, em Junho de 2006 foi posto em liberdade, depois de pagar uma fiança de 30 000 euros.
Em Outubro do ano passado, foi novamente detido - na esquadra de Hernani (Gipuzkoa), pela Ertzaintza -, para cumprir os três meses e meio que lhe faltavam. A primeira sessão de boas-vindas estava marcada para ontem no frontão de Usurbil, às 19h30. (Gara)
A bilbotarra Sandra Barrenetxea, por seu lado, deve regressar a Euskal Herria nas próximas horas, depois de pagar a fiança de 15 000 euros que lhe foi decretada e de sair da prisão de Múrcia.
Barrenetxea foi detida em Bilbo pela Guarda Civil em 14 de Setembro de 2010, numa operação contra alegados membros do Ekin, no âmbito da qual também foram presas outras oito pessoas, em Euskal Herria, em Saragoça e na Cantábria.
Ao ser presente a tribunal, Barrenetxea afirmou ter sido torturada durante o período em que permaneceu incomunicável em poder da Guarda Civil.
Em 2006, tinha sido detida pelo mesmo corpo policial, acusada de recolher fundos para a ETA, tendo sido absolvida de todas as acusações em tribunal. Também dessa vez, afirmou ter sido submetida a violentas torturas. (Gara e Bilbo Branka)