segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Solidariedade com Igerategi e Otaño: em Andoain afirmou-se que as detenções constituem uma estratégia do passado

No sábado, cerca de 400 pessoas manifestaram-se em Andoain para protestar as detenções de Iñaki Igerategi e Inaxio Otaño, em resposta à convocatória realizada pelos signatários do Acordo de Gernika. [Bideoa: Manifestazioa Andoainen (Aiurri)]

Depois de estarem uns cinco minutos concentrados na Goikoplaza, atrás de uma faixa com o lema «Bake bidean atxiloketarik ez. Konponbide garaia da (No caminho da paz, mais detenções não. É tempo de soluções)», os manifestantes percorreram as ruas da localidade guipuscoana até à Praça Zumea.

Para além de reclamarem a libertação de Igerategi e Otaño, destacando que as suas detenções constituem um obstáculo para as tentativas de superação do conflito, os manifestantes denunciaram as torturas relatadas pelos dois habitantes de Andoain durante o período de incomunicação às mãos da Guarda Civil.

À cabeça da manifestação estavam a autarca de Andoain, Ana Carrere, e vice-presidente, Ainara Rodríguez. Também participaram na mobilização a porta-voz da Deputação de Gipuzkoa, Larraitz Ugarte, o ex-autarca de Andoain Joxean Barandiaran e Rufi Etxeberria, em representação da esquerda abertzale.

Etxeberria lembrou que Igerategi e Otaño afirmaram ter sido torturados e pediu às forças políticas bascas que assumam uma atitude clara e inequívoca perante esta prática.
Para além disso, Etxeberria afirmou que «a mobilização dos cidadãos é fundamental para responder a factos como estes, que de forma alguma estão em consonância com a nova realidade política nem com as exigências da sociedade basca, que reclama novos passos em direcção a um cenário de paz e de normalização política».

Naia Lacroix: em Senpere exigiram-se mudanças ao Estado francês
Cerca de mil pessoas manifestaram-se no sábado em Senpere (Lapurdi) para reclamar a libertação da militante da Segi Naia Lacroix e exigir ao Estado francês que mude de atitude e que contribua para o avanço da superação do conflito.
Na cabeça da manifestação, que uniu o centro de Senpere ao bairro de Ibarron, onde Lacroix foi detida, encontrava-se a sua irmã Audrey, que também foi presa, tendo sido libertada pouco tempo depois.
No acto que pôs fim à manifestação, também foi recordado Oier Oa, jovem donostiarra detido na sexta-feira em Angelu, tendo-se salientado que o propósito subjacente a estas detenções é «o prolongamento do conflito». Ainize BUTRON / Fonte: Gara

Ver também: «Atxiloketen aurrean "herri bezala erantzuteko" eskatu dute Andoainen» (Berria)

A Etxerat dá conta de uma punição que vai para além da privação de liberdade
A associação Etxerat elaborou um relatório sobre a situação dos presos políticos bascos nas prisões dos estados espanhol e francês, em que relaciona casos que se deram ao longo do último mês com presos e familiares, constatando a existência de uma punição a ambos que vai para lá da privação de liberdade. Isto permite-lhes concluir que, no que a matéria penitenciária diz respeito, Madrid e Paris «estão a dar passos atrás» em vez de «avançar em direcção à resolução do conflito».
Na última sexta-feira do mês, milhares de pessoas mobilizaram-se pelo fim da política penitenciária. Também houve protestos contra as detenções de Igerategi e Otaño. / Ver: Gara e etxerat.info

Fevereiro de 2012: relatório de um mês duro nas prisões (etxerat.info)

Leituras:
«A los presos enfermos se les niegan unos derechos que contempla la ley» (Mati ITURRALDE, médica, entrevistada por Ion SALGADO)
Mati Iturralde ha atendido durante años a presas y presos políticos vascos enfermos. Su labor le ha permitido conocer de primera mano la situación sanitaria a la que se enfrentan los represaliados en las prisiones españolas y francesas. Ahora, a través del colectivo Jaiki Hadi, compuesto por médicos solidarios, vigila, desde la distancia, el estado de salud de diez personas enfermas que continúan encarceladas pese a padecer diversas patologías «graves e incurables». (Gara)

«España: Criminales de guerra y crímenes de lesa humanidad», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
La tortura no es simplemente lo que realizan contra ciudadanos vascos bajo la ley antiterrorista sino un modelo de trabajo global e integral que tienen puesto en efectivo para condicionar la vida en Euskal Herria.

«¿Reconocimiento a las víctimas estatales?», de Miren SALEGI URBIETA (Gara)
mi hermano Mikel Salegi, asesinado por la Guardia Civil en un control de carretera, jamás será «igual o equivalente» al torturador Melitón Manzanas, símbolo de la represión franquista, y reconocido a título póstumo como «víctima».

«Mirando a Madrid no se llega a ningún lado», de Floren AOIZ (boltxe.info)
El texto aplaude la estrategia represiva que se ha llevado a cabo hasta ahora y sitúa el debate en torno a la demanda de disolución de ETA. Supone un espaldarazo a la Ley de Partidos, las ilegalizaciones, el encarcelamiento de activistas políticos o la crueldad de estado. Además, demanda una aplicación estricta de las medidas coercitivas y represivas. Las últimas detenciones sirven para ilustrar con hechos la idea del escrito.