Dezenas de pessoas concentraram-se ontem de manhã frente à sede do PP em Iruñea para pedir o fim dos julgamentos políticos e a libertação dos 29 navarros e navarras que se encontram na prisão por causa da sua alegada militância em diversas organizações: Segi, Batasuna, Ekin, Askatasuna, entre outras.
A convocatória foi feita por vários pais e mães de jovens perseguidos pela sua militância política. Este grupo começou a organizar-se em 2008, quando se tornou pública uma «lista negra» com os nomes de 20 jovens que corriam o risco de ser detidos. E, desde então, têm vindo a trabalhar para «que os deixem em paz e que todas as pessoas possam fazer política em liberdade».
Neste período de tempo, essa lista negra e outras mais transformaram-se em operações contra diversas organizações. Foram detidas 79 pessoas em Nafarroa desde 2007 (61 sob regime de incomunicação), 46 das quais afirmaram ter sido torturadas (algumas chegaram a sofrer abusos sexuais), 51 foram encarceradas, 29 ainda continuam na prisão e centenas de milhares de euros foram pagos em fianças para a libertação dos restantes.
Após a operação policial de Janeiro do ano passado, que se saldou com dez detidos e novas denúncias de tortura, este grupo de pais e mães decidiu concentrar-se todas as semanas frente à sede do PSOE para «exigir o fim da perseguição à juventude». Escolheram a segunda-feira pelo facto de quase todas as operações policiais terem ocorrido na madrugada desse dia da semana.
Com a mudança de governo, a concentração mudou-se para a sede do PP, «porque a triste realidade é que continuam a perseguir as pessoas por fazerem política: detenções, julgamentos, encarceramentos...»
Denunciaram também o recurso «abusivo» à prisão preventiva. «Não existe qualquer razão objectiva para manter estas pessoas na prisão: não há risco de fuga nem de reiteração delitiva, ou possibilidade de ocultar provas. E torna-se ainda mais incompreensível que continuem na prisão se atendermos ao novo cenário político em que vivemos», referiram.