segunda-feira, 2 de março de 2009

Análises e reacções na sequência nas eleições amordaçadas para o Parlamento de Gasteiz*


* eleições em Araba, Gipuzkoa e na Bizkaia, ou seja, na Comunidade Autónoma Basca e não na totalidade do País Basco ou Euskal Herria. Essas, só quando o povo Basco deixar de estar amordaçado e se libertar dos que agora o oprimem. Então, será possível votar para um parlamento nacional basco, sedeado na sua capital histórica, Iruñea.

Análise: O apartheid impõe um Parlamento espanholista, exclui 101 000 votantes e abre a porta de Ajuria Enea a López

Umas eleições fraudulentas só podem dar lugar a paradoxos, e paradoxal é que quem a dada altura beneficiou do apartheid à esquerda abertzale, para ganhar poder à sua custa noutras instituições, possa agora ver-se corrido do seu assento preferido. E isso, apesar de ter ganho as eleições folgadamente.

[…] Em condições extremamente difíceis, a esquerda abertzale conseguiu alcançar 100 000 votos. Como certos partidos que de vez em quando se permitiam dar lições ao independentismo ilegalizado gostariam de poder contar com eles! Proibidas as suas candidaturas por Madrid, perseguida a sua propaganda até ao último momento pela Ertzaintza de Lakua, tornada invisível pela maioria dos meios de comunicação, e com a eterna cantilena de que esses boletins não serviriam para nada, a D3M obteve ontem resultados que lhe teriam permitido obter sete lugares no Parlamento de Gasteiz. Os mesmos que o Euskal Herritarrok conseguiu em 2001.
Contudo, são resultados de resistência, que devem conduzir à reflexão, se o que se pretende é dar um salto qualitativo em frente.
A maior parte das análises dirão hoje que o voto perdido pelo independentismo ilegalizado em relação a 2005 escapou para o Aralar. Não há dúvidas de que alguma parte desse voto se terá refugiado nessa formação legal. Todavia, o conhecimento da sociologia da esquerda abertzale e uma aproximação aos movimentos de fundo que se podem dar no seu eleitorado levam a pensar que se trata de um voto que ficou em casa. E não foram poucos os que noutras ocasiões – por exemplo, as eleições municipais e forais de 2007 – não hesitaram em deslocar-se até às assembleias de voto para levar um boletim que sabiam que iria ser anulado e que agora não tomaram a mesma decisão.

Lakua ocultou o voto anulado
Nem durante as aparições na TV do conselheiro do Interior, Javier Balza, nem na página da Internet onde o Governo de Lakua apresentava os resultados se deu a conhecer os resultados do voto anulado. Uma actuação pouco coerente com um partido e um lehendakari que basearam a sua campanha na afirmação de que a exclusão desses votos da legalidade era o factor diferencial entre estas eleições frente e quaisquer outras anteriormente realizadas. Uma ocultação, contudo, totalmente em sintonia com a perseguição a que o Departamento de Balza submeteu a esquerda abertzale durante toda a campanha, não hesitando em deter militantes e entrar em sítios por causa de uns boletins.

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Análise: Números que enganam, reflexões que esperam

Desde 2003, as instituições que regem os destinos dos cidadãos dos quatro territórios do Sul de Euskal Herria têm vindo a mudar a sua cor, não com base numa mudança proposta pela cidadania, mas imposta pela força da lei.

Parlamento de Nafarroa, deputações, autarquias... têm-se vindo a transformar e a mudar de dono, com situações tão bizarras como a de Lizartza, mas também em muitas outras lizartzas, até formar um enorme mapa falsificado na Euskal Herria peninsular.
Para nos cingirmos apenas aos parlamentos, não esqueçamos que o primeiro assalto à vontade da cidadania ocorreu em Nafarroa. E agora chegou a vez, no final de um longo ciclo de despropósitos eleitorais, da Câmara de Gasteiz.

Maite URIBIA

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A propósito de Lizartza, e lembrando que naquele município se encontra uma autarca ilegítima (PP), imposta pela via fraudulenta da ilegalização de listas eleitorais, uma verdadeira especialidade da “democracia à espanhola”, tínhamos alguma curiosidade em ver os resultados destas eleições, mesmo tendo a noção de que um acto eleitoral autárquico é distinto de umas eleições autonómicas – excepto no carácter fraudulento, claro está. Disseram os resultados:

D3M: 203 votos / EAJ-PNV: 88 / Aralar: 22 / PP: 13 / EA: 7 / PSE: 3 / EB: 2


Análise: Eleições 2009. Felicitar o vencedor

Parece, tenho essa impressão, que ambos os poderes, central e autonómico, se empenham em prolongar o conflito político e em retirar dividendos, os eleitorais estão à vista, que logo desmentem.

Nebera

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