Quatro candidaturas superaram ontem em Ipar Euskal Herria a barreira dos 10% dos votos expressos. A força mais votada foi o PS, seguida da UMP, do MoDem e da Europe Ecologie. A abstenção subiu consideravelmente em relação às eleições de há seis anos.
Em relação ao que aconteceu há seis anos, nas eleições regionais de ontem, a participação baixou consideravelmente em Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa. Então a abstenção foi de 38,5% e ontem, de acordo com os primeiros dados, poderia ter aumentado mais de dez pontos.
Os mais votados
A candidatura do PS, Ensemble L'Aquitaine Avance, foi a lista mais votada pelos eleitores bascos. A tendência verificada a nível estatal nestas eleições e a supremacia de Alain Rousset na Aquitânia tiveram o seu efeito também em Ipar Euskal Herria, embora, em sentido inverso, a polémica sobre a nova linha de alta velocidade que o Conselho Regional promove lhe tenha feito pagar a factura nas zonas afectadas, pelo que os resultados alcançados se ressentiram, quando comparados com a grande vitória de há seis anos.
À hora de redigir esta informação, o PS tinha confirmado ser a primeira força em localidades como Bokale, Angelu, Urruña, Hendaia, Hiriburu, Donibane Garazi e Baiona. Quanto aos herrialdes, também surgia como primeira força em Zuberoa e aspirava a essa posição também em Lapurdi.
A outra força principal nos territórios bascos foi a UMP, embora com menor peso em relativamente às contendas eleitorais dos últimos anos. A sua zona de influência nota-se mais na costa, com vitórias claras nas localidades de Biarritz e Donibane Lohizune.
Outra das forças que maior êxito alcançaram na jornada de ontem foi a Europe Ecologie, passando a barreira dos 10%.
As características próprias dos territórios bascos fez com que os centristas do MoDem atingissem um bom resultado, o que os levou ao terceiro posto no conjunto do território basco, acima da Europe Ecologie. O Modem conta com uma forte implantação no Bearn, de onde é natural o cabeça de lista, Jean Lassalle, um velho conhecido também em Euskal Herria. O Modem foi a força mais votada em Nafarroa Beherea, e também nalgumas localidades de Lapurdi, como Senpere.
Bom resultado do PNB
As restantes candidaturas ficaram abaixo dos 10%, embora, nalguns casos, com um resultado nada insignificante. A lista Euskadi Europan, liderada pelo PNB e encabeçada pelo urruñarra Jean Tellechea, superou amplamente os 6000 votos.
O campo abertzale, cujo voto também se pôde expressar em certa medida na lista da Europe Ecologie, tinha como referência a Euskal Herria Bai, apesar de defender um voto de protesto. De acordo com os promotores da iniciativa secundada pelo AB e o Batasuna, houve cerca de 4000 boletins reivindicativos nas urnas. Na sua primeira avaliação, ressaltaram «o carácter militante deste voto, que não se pode comparar com os que se são obtidos em eleições mais normalizadas».
Iñaki ALTUNA
«Êxito» nas consultas da Batera e do TGV
A consulta organizada pela plataforma Batera decorreu com normalidade apesar de algumas tentativas por parte das autoridades para a impedir.
Assim, em três localidades de Zuberoa a Gendarmerie apareceu nas mesas da Batera, ao que parece avisados por alguns cidadãos, mas os promotores da iniciativa puderam continuar sem mais problemas. Em Angelu, onde nas vésperas das eleições o autarca, Jean Espilondo, declarou ilegal a consulta, também se pôde realizar. Precisamente, esse autarca do PS foi citado como exemplo pelo vereador de Baiona Henri Labayle, que teve um pequeno desaguisado com os voluntários porque estavam «demasiado perto» da Câmara Municipal, tendo-lhes dito: «Havíamos de ter feito como Espilondo».
Os organizadores da consulta sobre a utilidade de uma «colectividade territorial» própria para Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa mostraram-se «muito satisfeitos» com a resposta, que consideraram «muito valiosa».
A participação foi, em geral, mais importante nos cantões do interior que na costa, mas os porta-vozes da Batera consideraram «bastante significativo» que, por exemplo, em Baiona se tivesse superado 10% dos inscritos no censo.
Jakes Borthairu felicitou os cidadãos que participaram na consulta e sublinhou que o facto de, das 28 233 pessoas (16,5% do eleitorado) que se pronunciaram, 19% ter votado contra a exigência constitui em si mesmo uma prova de que existe um «verdadeiro debate político» sobre este tema e legitima o próprio resultado.
Para Jean-René Etchegaray, a consulta constituiu «uma etapa histórica numa reivindicação que começou há dois séculos». Realçou que ficou claro o «déficit» existente quanto ao reconhecimento de Ipar Euskal Herria por parte da Administração francesa e ainda que os cidadãos desejam «ter a palavra nas questões que dizem respeito ao seu futuro». Acrescentou que, se a actividade da plataforma «abrandou o ritmo» depois da campanha da recolha de assinaturas, os resultados de ontem demonstram que «os territórios daqui pedem uma instituição».
Por seu lado, Victor Pachon, porta-voz da CADE, considerou «magníficos» os resultados obtidos nas oito localidades onde foi organizada a consulta sobre o projecto de nova linha do TGV.
A CADE salientou que, «de um ponto de vista político, os resultados deixam à mostra o impacto importante que esta questão teve nos próprios resultados das regionais». Os três partidos que fizeram campanha a favor do projecto - UMP, PS e FN - foram, segundo Pachon, «castigados» pelos eleitores. O caso mais significativo dessa tendência foi o de Milafranga, onde o apoio aos partidos citados baixou para metade do que tinham obtido em 2004. A participação foi semelhante à das eleições regionais.
Quanto aos resultados, o não ao TGV foi preponderante em todas as localidades: Ahetze 91,65%, Arbona 86%, Arrangoitze 92,22%, Azkaine 94%, Basusarri 88,02%, Biriatu 96,3%, Senpere 92,19% e Urruña 91,62%.
Arantxa MANTEROLA
Notícia completa: Gara
Em relação ao que aconteceu há seis anos, nas eleições regionais de ontem, a participação baixou consideravelmente em Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa. Então a abstenção foi de 38,5% e ontem, de acordo com os primeiros dados, poderia ter aumentado mais de dez pontos.
Os mais votados
A candidatura do PS, Ensemble L'Aquitaine Avance, foi a lista mais votada pelos eleitores bascos. A tendência verificada a nível estatal nestas eleições e a supremacia de Alain Rousset na Aquitânia tiveram o seu efeito também em Ipar Euskal Herria, embora, em sentido inverso, a polémica sobre a nova linha de alta velocidade que o Conselho Regional promove lhe tenha feito pagar a factura nas zonas afectadas, pelo que os resultados alcançados se ressentiram, quando comparados com a grande vitória de há seis anos.
À hora de redigir esta informação, o PS tinha confirmado ser a primeira força em localidades como Bokale, Angelu, Urruña, Hendaia, Hiriburu, Donibane Garazi e Baiona. Quanto aos herrialdes, também surgia como primeira força em Zuberoa e aspirava a essa posição também em Lapurdi.
A outra força principal nos territórios bascos foi a UMP, embora com menor peso em relativamente às contendas eleitorais dos últimos anos. A sua zona de influência nota-se mais na costa, com vitórias claras nas localidades de Biarritz e Donibane Lohizune.
Outra das forças que maior êxito alcançaram na jornada de ontem foi a Europe Ecologie, passando a barreira dos 10%.
As características próprias dos territórios bascos fez com que os centristas do MoDem atingissem um bom resultado, o que os levou ao terceiro posto no conjunto do território basco, acima da Europe Ecologie. O Modem conta com uma forte implantação no Bearn, de onde é natural o cabeça de lista, Jean Lassalle, um velho conhecido também em Euskal Herria. O Modem foi a força mais votada em Nafarroa Beherea, e também nalgumas localidades de Lapurdi, como Senpere.
Bom resultado do PNB
As restantes candidaturas ficaram abaixo dos 10%, embora, nalguns casos, com um resultado nada insignificante. A lista Euskadi Europan, liderada pelo PNB e encabeçada pelo urruñarra Jean Tellechea, superou amplamente os 6000 votos.
O campo abertzale, cujo voto também se pôde expressar em certa medida na lista da Europe Ecologie, tinha como referência a Euskal Herria Bai, apesar de defender um voto de protesto. De acordo com os promotores da iniciativa secundada pelo AB e o Batasuna, houve cerca de 4000 boletins reivindicativos nas urnas. Na sua primeira avaliação, ressaltaram «o carácter militante deste voto, que não se pode comparar com os que se são obtidos em eleições mais normalizadas».
Iñaki ALTUNA
«Êxito» nas consultas da Batera e do TGV
A consulta organizada pela plataforma Batera decorreu com normalidade apesar de algumas tentativas por parte das autoridades para a impedir.
Assim, em três localidades de Zuberoa a Gendarmerie apareceu nas mesas da Batera, ao que parece avisados por alguns cidadãos, mas os promotores da iniciativa puderam continuar sem mais problemas. Em Angelu, onde nas vésperas das eleições o autarca, Jean Espilondo, declarou ilegal a consulta, também se pôde realizar. Precisamente, esse autarca do PS foi citado como exemplo pelo vereador de Baiona Henri Labayle, que teve um pequeno desaguisado com os voluntários porque estavam «demasiado perto» da Câmara Municipal, tendo-lhes dito: «Havíamos de ter feito como Espilondo».
Os organizadores da consulta sobre a utilidade de uma «colectividade territorial» própria para Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa mostraram-se «muito satisfeitos» com a resposta, que consideraram «muito valiosa».
A participação foi, em geral, mais importante nos cantões do interior que na costa, mas os porta-vozes da Batera consideraram «bastante significativo» que, por exemplo, em Baiona se tivesse superado 10% dos inscritos no censo.
Jakes Borthairu felicitou os cidadãos que participaram na consulta e sublinhou que o facto de, das 28 233 pessoas (16,5% do eleitorado) que se pronunciaram, 19% ter votado contra a exigência constitui em si mesmo uma prova de que existe um «verdadeiro debate político» sobre este tema e legitima o próprio resultado.
Para Jean-René Etchegaray, a consulta constituiu «uma etapa histórica numa reivindicação que começou há dois séculos». Realçou que ficou claro o «déficit» existente quanto ao reconhecimento de Ipar Euskal Herria por parte da Administração francesa e ainda que os cidadãos desejam «ter a palavra nas questões que dizem respeito ao seu futuro». Acrescentou que, se a actividade da plataforma «abrandou o ritmo» depois da campanha da recolha de assinaturas, os resultados de ontem demonstram que «os territórios daqui pedem uma instituição».
Por seu lado, Victor Pachon, porta-voz da CADE, considerou «magníficos» os resultados obtidos nas oito localidades onde foi organizada a consulta sobre o projecto de nova linha do TGV.
A CADE salientou que, «de um ponto de vista político, os resultados deixam à mostra o impacto importante que esta questão teve nos próprios resultados das regionais». Os três partidos que fizeram campanha a favor do projecto - UMP, PS e FN - foram, segundo Pachon, «castigados» pelos eleitores. O caso mais significativo dessa tendência foi o de Milafranga, onde o apoio aos partidos citados baixou para metade do que tinham obtido em 2004. A participação foi semelhante à das eleições regionais.
Quanto aos resultados, o não ao TGV foi preponderante em todas as localidades: Ahetze 91,65%, Arbona 86%, Arrangoitze 92,22%, Azkaine 94%, Basusarri 88,02%, Biriatu 96,3%, Senpere 92,19% e Urruña 91,62%.
Arantxa MANTEROLA
Notícia completa: Gara