A esquerda abertzale tornou pública ontem à tarde uma nota em que se refere ao tiroteio ocorrido na terça-feira à noite em Dammarie-les-Lys, no qual faleceu um polícia francês. Depois de manifestar o seu pesar por estes «graves acontecimentos», ressalta que a ETA «deveria reafirmar a sua posição favorável ao desenvolvimento de um Processo Democrático expressa no seu comunicado publicado em Janeiro», e desafia-a, tal como aos estados espanhol e francês, a «assumir compromissos claros e concretos» relativamente a esse processo.
A esquerda abertzale afirma na sua nota que lamenta a morte do agente que se verificou no decorrer do tiroteio ocorrido na localidade de Dammarie-les-Lys, a 50 km de Paris, e enquadra tanto este falecimento como o de Jon Anza - sobre este facto ressalta que existem «manifestas suspeitas que levam a encará-lo como um caso de guerra suja» - numa «realidade de conflito político cuja superação é a prioridade da esquerda abertzale». É por isso que pede à classe política no seu conjunto que actue com responsabilidade na busca de uma «acção política comum» com vista à resolução de um contencioso «que não se deve prolongar mais no tempo».
Considera que, apesar de a morte do agente se ter verificado na sequência de «um encontro fortuito» entre militantes da ETA e polícias franceses e não ter sido uma «acção premeditada» da organização armada, «não há que retirar gravidade àquilo que aconteceu».
Por isso, a esquerda independentista defende que «agora mais que nunca temos de consolidar o Processo Democrático posto em marcha após o debate, processo assente na dinamização popular e na acumulação de forças e que deve ser levado por diante exclusivamente por vias políticas e democráticas, na ausência de qualquer tipo de violência.»
E, nesse contexto afirma que «a esquerda abertzale, aqui e agora, reitera o seu compromisso com a aposta política incluída na resolução ‘Zutik Euskal Herria’».
Documento para a mudança em Nafarroa
Já na parte da manhã, numa conferência de imprensa com grande número de participantes, Mariné Pueyo e Xanti Kiroga tinham sublinhado que os acontecimentos dos últimos dias fazem com que «a esquerda abertzale reafirme a necessidade de estruturar um processo democrático sem violência nem ingerências externas, para que todos os projectos políticos possam ser defendidos e concretizados».
A conferência de imprensa, em que estiveram presentes dezenas de militantes de diversas gerações da esquerda abertzale, tinha sido convocada inicialmente para apresentar um documento com vista a fomentar a mudança política em Nafarroa, que aposta na criação de uma nova correlação de forças frente à direita.
Por isso, a esquerda abertzale estende a mão a outros sectores para constituir uma grande aliança de independentistas e gente de esquerda e anuncia que iniciará uma ronda de contactos com partidos, sindicatos e organizações sociais.
O documento, intitulado «Nafarroa: nuevas ilusiones, nuevas oportunidades», também será apresentado em distintas localidades do herrialde em conferências públicas.
Kiroga e Pueyo insistiram nos «500 anos de imposição e violação da soberania individual e colectiva» dos cidadãos navarros desde a conquista de Nafarroa por Castela, ou nos últimos 30 anos, em que «Navarra foi a coutada privada da direita e dos poderes económicos».
Relativamente a estas três décadas, o documento destaca a «prevaricação e corrupção» nas instituições, a «violação constante do direito de decisão» dos cidadãos, a «criminalização do movimento popular», a «estratégia» contra o euskara ou a «destruição do meio ambiente» que presidiram à actuação dos governos de UPN e PSN.
Por tudo isso, insistem na necessidade de uma «mudança política e social», concretizada, por exemplo, numa «mudança na correlação de forças frente à direita unionista, por intermédio de uma confluência de sectores independentistas e de esquerda», ou no «dinamização popular de um cenário democrático, garantia de direitos individuais e colectivos».
Fonte: Gara
Nota: «Perante os graves acontecimentos ocorridos ontem em Dammarie-les-Lys»
Documento: «Nafarroa: nuevas ilusiones, nuevas oportunidades»
A esquerda abertzale afirma na sua nota que lamenta a morte do agente que se verificou no decorrer do tiroteio ocorrido na localidade de Dammarie-les-Lys, a 50 km de Paris, e enquadra tanto este falecimento como o de Jon Anza - sobre este facto ressalta que existem «manifestas suspeitas que levam a encará-lo como um caso de guerra suja» - numa «realidade de conflito político cuja superação é a prioridade da esquerda abertzale». É por isso que pede à classe política no seu conjunto que actue com responsabilidade na busca de uma «acção política comum» com vista à resolução de um contencioso «que não se deve prolongar mais no tempo».
Considera que, apesar de a morte do agente se ter verificado na sequência de «um encontro fortuito» entre militantes da ETA e polícias franceses e não ter sido uma «acção premeditada» da organização armada, «não há que retirar gravidade àquilo que aconteceu».
Por isso, a esquerda independentista defende que «agora mais que nunca temos de consolidar o Processo Democrático posto em marcha após o debate, processo assente na dinamização popular e na acumulação de forças e que deve ser levado por diante exclusivamente por vias políticas e democráticas, na ausência de qualquer tipo de violência.»
E, nesse contexto afirma que «a esquerda abertzale, aqui e agora, reitera o seu compromisso com a aposta política incluída na resolução ‘Zutik Euskal Herria’».
Documento para a mudança em Nafarroa
Já na parte da manhã, numa conferência de imprensa com grande número de participantes, Mariné Pueyo e Xanti Kiroga tinham sublinhado que os acontecimentos dos últimos dias fazem com que «a esquerda abertzale reafirme a necessidade de estruturar um processo democrático sem violência nem ingerências externas, para que todos os projectos políticos possam ser defendidos e concretizados».
A conferência de imprensa, em que estiveram presentes dezenas de militantes de diversas gerações da esquerda abertzale, tinha sido convocada inicialmente para apresentar um documento com vista a fomentar a mudança política em Nafarroa, que aposta na criação de uma nova correlação de forças frente à direita.
Por isso, a esquerda abertzale estende a mão a outros sectores para constituir uma grande aliança de independentistas e gente de esquerda e anuncia que iniciará uma ronda de contactos com partidos, sindicatos e organizações sociais.
O documento, intitulado «Nafarroa: nuevas ilusiones, nuevas oportunidades», também será apresentado em distintas localidades do herrialde em conferências públicas.
Kiroga e Pueyo insistiram nos «500 anos de imposição e violação da soberania individual e colectiva» dos cidadãos navarros desde a conquista de Nafarroa por Castela, ou nos últimos 30 anos, em que «Navarra foi a coutada privada da direita e dos poderes económicos».
Relativamente a estas três décadas, o documento destaca a «prevaricação e corrupção» nas instituições, a «violação constante do direito de decisão» dos cidadãos, a «criminalização do movimento popular», a «estratégia» contra o euskara ou a «destruição do meio ambiente» que presidiram à actuação dos governos de UPN e PSN.
Por tudo isso, insistem na necessidade de uma «mudança política e social», concretizada, por exemplo, numa «mudança na correlação de forças frente à direita unionista, por intermédio de uma confluência de sectores independentistas e de esquerda», ou no «dinamização popular de um cenário democrático, garantia de direitos individuais e colectivos».
Fonte: Gara
Nota: «Perante os graves acontecimentos ocorridos ontem em Dammarie-les-Lys»
Documento: «Nafarroa: nuevas ilusiones, nuevas oportunidades»
