sexta-feira, 19 de março de 2010

Jornada de mobilização por Jon Anza: O veto de Lakua e o acosso policial não conseguem silenciar a exigência de verdade


Apesar do veto imposto pelo Governo de Lakua, centenas de pessoas mobilizaram-se ontem ao meio-dia denunciando a morte de Jon Anza. Os presos políticos bascos também secundaram os protestos.

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Centenas de pessoas vieram para as ruas ontem à tarde para denunciar a morte de Jon Anza, em resposta ao apelo feito pelo Movimento pró-Amnistia e fazendo frente ao veto imposto no dia anterior pelo Departamento do Interior do Governo de Lakua.
As mobilizações decorreram em escolas, universidades e sedes de comarca.

Em Donostia, centenas de pessoas participaram numa manifestação no bairro de Gros, depois de agentes do Corpo de Intervenção da Ertzaintza terem tomado literalmente a Askatasun etorbidea / Avenida da Libertad muito antes do meio-dia a fim de impedir a mobilização. A Polícia autonómica também montou um amplo dispositivo no Boulevard.

Em Gasteiz, a Ertzaintza impediu a realização do acto previsto para o meio-dia na Andra Mari Zuriaren plaza / plaza de la Virgen Blanca e identificou uma pessoa.

Em Iruñea concentraram-se em frente à sede do PSN com cartazes onde se lia «¿Qué habéis hecho con Jon?» em castelhano e «Zer egin duzue Jonekin?» em euskara. A Polícia espanhola dissolveu a mobilização e a Polícia Foral identificou duas pessoas.

Nas universidades
Quanto às universidades, houve concentrações na Escola do Magistério de Arangoiti e na Escola Técnica Superior de Engenharia de San Mamés, em Bilbau. Na Escola de Engenharia Técnica de La Casilla também prestaram uma homenagem simples a Anza.

No campus de Leioa fecharam a entrada principal a cadeado e atiraram-lhe com óleo para cima. Na outra entrada do recinto universitário, fizeram uma corrente humana impedindo a entrada a automóveis e autocarros.

No campus de Gasteiz, segundo fizeram saber, a Ertzaintza retirou logo ao início da manhã as faixas e os cartazes alusivos a Anza e avisou que a manifestação convocada para o meio-dia estava proibida, pelo que 150 pessoas se reuniram numa assembleia, tendo decidido suspendê-la e continuar a denunciar a morte do militante donostiarra.

Na Mondragon Unibertsitatea também houve mobilizações, tendo denunciado nalguns casos a presença «asfixiante» da Ertzaintza.

Protestos nas prisões
Por seu lado, os presos políticos bascos, como têm vindo a fazer no dia 18 de cada mês, protagonizaram diversos actos em denúncia da morte de Jon Anza nas prisões espanholas e francesas, segundo informou o Movimento pró-Amnistia.

Em Sevilha II e em Valhadolide encerraram-se nas celas, em Puerto III fizeram um jejum e em Bois d'Arcy fizeram uma greve ao trabalho na segunda-feira e iniciaram uma greve de fome de uma semana.

Identificações e duas detenções
Ao fim da tarde, fazendo frente às ameaças de cargas e identificações, decorreu a maioria das mobilizações. Muitas das concentrações tiveram de se realizar em grupos com menos de 20 pessoas, e também tiveram de alterar horários, percursos e lemas para poder levar a cabo os protestos.

À noite ficou-se a saber que a Ertzaintza fez duas detenções em Bilbau e em Laudio (Araba). O primeiro foi acusado de «desordem pública» e o segundo de «injúrias».

Em Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa não houve impedimentos policiais. Em Uztaritze e Baiona concentraram-se 70 pessoas; em Azkaine 40; em Senpere 17; em Hazparne 30; em Donibane Lohitzune 52; em Donibane Garazi 43; e uma dezena em Basusarri e Bidarte. Em Maule também houve protestos.

Em Gasteiz, cem pessoas fizeram um corte de estrada na Frantzia kalea, e 30 fizeram o mesmo em Portugalete (Bizkaia).

Em Lazkao (70) e Ordizia (60) exigiram a verdade levando velas e ikurriñas com crepes negros. 40 juntaram-se em Bermeo; 45 em Burlata, Otxandio, Bakio e Getaria; 23 em Munitibar; em Durango, 300 na parte da manhã e 200 à tarde; 25 em Alegi; em Lekeitio 200; em Altsasu 100 (muitos foram identificados); 43 em Ugao; 20 em Berriz, Alonsotegi e Arantza; 40 em Irun; 300 em Errenteria; 250 em Azpeitia; 150 em Bergara; 143 em Arrasate; 130 em Oiartzun; 30 em Pasaia e Beasain; 18 em Balmaseda; 60 em Villabona, Segura, Sopela, Erromo e na Alde Zaharra de Iruñea (a Polícia Local identificou 2 pessoas).

30 pessoas optaram por distribuir propaganda em Elizondo, devido à grande presença da Guarda Civil. 25 concentraram-se em Irurtzun, Zamudio, Busturia e Ataun; 120 em Laudio e Tolosa; 10 em Idiazabal (todas identificadas); 35 em Lizartza e Arrigorriaga; 80 em Eibar; 17 em Plentzia; 70 em Mutriku e Basauri (6 identificadas); 15 em Zuia; 83 em Larrabetzu; 59 em Leioa; 22 em Bera e Aramaio; 62 em Ea; 54 em Aulesti; 35 em Deba; 68 em Zarautz; e 11 em Mallabia.
Fonte: Gara e Gara
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Em Iruñea, o sindicato LAB perguntou «O que fizeram ao Jon?» em frente à sede do PSN. Fonte: apurtu.org