Depois de a Procuradoria ter impedido a família de ver o corpo de Jon Anza por ordem do Ministério da Justiça, por fim esta tarde um médico de confiança pôde ver o cadáver, confirmando que se trata do do militante donostiarra.
A noite em que França deixou de pertencer ao «mundo civilizado», de Maite Ubiria
Txelui Moreno: «Existem dúvidas bastante razoáveis que levam a pensar que isto foi uma montagem»
Lokarri pede uma comissão de investigação composta por entidades de «reconhecido prestígio»
Respostas negativas foi o que a família de Jon Anza recebeu no hospital de Toulouse. Recusaram-lhe a possibilidade de falar com o médico que o terá atendido, não lhe deram a roupa do falecido, não lhe permitiram ver o corpo e não consentiram que um médico de confiança participe na autópsia.
A única confirmação de que o cadáver «aparecido» na morgue de Toulouse é o de Jon Anza deriva dos testes de ADN, já que a família não teve acesso ao corpo, segundo informou o Movimento pró-Amnistia.
Quando os familiares do militante independentista pediram para falar com o médico que o assistiu, responderam-lhes que não lhes ia dizer nada. Também não lhes deram a roupa, alegando que se encontra em poder da Polícia.
Por fim, esta tarde, e depois de várias horas de impedimentos e insistência, os familiares tiveram autorização para ver o corpo. Um médico de confiança pôde identificá-lo e confirmou que se trata, «sem dúvida», de Jon Anza.
Perguntas sem resposta
O Movimento pró-Amnistia, que não duvida em ligar a morte de Anza à «guerra suja», apresenta uma longa série de questões relativas à versão avançada pela Polícia francesa: «Onde esteve o Jon durante os onze dias que permaneceu desaparecido? Quem é que fez a chamada a avisar que tinham encontrado o Jon num banco? Quem levou o Jon para o hospital? Onde estava o dinheiro que levava? Quem era o médico responsável enquanto esteve hospitalizado? Onde estão os relatórios médicos? Onde está a certidão de óbito? O hospital avisou juízes e polícias da morte de Jon? Procederam a uma investigação que certificasse de quem era o corpo? A Polícia tinha o ADN de Jon e dos seus familiares - fizeram os testes ao cadáver? Quais foram os resultados?».
Lembra ainda que o desaparecimento de Anza foi divulgado aos quatro ventos. Pergunta, então, como é que não se associa esse desaparecimento ao aparecimento, nessa altura, de uma pessoa «desconhecida», com um bilhete de comboio, num hospital.
«Por que é que se dá a informação aos meios de comunicação antes de informar a família?», pergunta o Movimento pró-Amnistia.
Manifestação no domingo em Donostia
Afirma que na morte e na «ocultação» de Anza participaram as polícias francesa e espanhola e que manter o corpo «escondido» durante um ano corresponde a uma decisão política.
Lança um apelo à denúncia destes factos nas ruas e a participação nas mobilizações que forem convocadas.
Com o lema «Errepresio eta gerra zikina amaitu!» [Acabar com a repressão e a guerra suja!], sairá do Boulevar donostiarra uma manifestação no próximo domingo, às 17h30.
Fonte: Gara
-A noite em que França deixou de pertencer ao «mundo civilizado», de Maite Ubiria
Txelui Moreno: «Existem dúvidas bastante razoáveis que levam a pensar que isto foi uma montagem»
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Respostas negativas foi o que a família de Jon Anza recebeu no hospital de Toulouse. Recusaram-lhe a possibilidade de falar com o médico que o terá atendido, não lhe deram a roupa do falecido, não lhe permitiram ver o corpo e não consentiram que um médico de confiança participe na autópsia.
A única confirmação de que o cadáver «aparecido» na morgue de Toulouse é o de Jon Anza deriva dos testes de ADN, já que a família não teve acesso ao corpo, segundo informou o Movimento pró-Amnistia.
Quando os familiares do militante independentista pediram para falar com o médico que o assistiu, responderam-lhes que não lhes ia dizer nada. Também não lhes deram a roupa, alegando que se encontra em poder da Polícia.
Por fim, esta tarde, e depois de várias horas de impedimentos e insistência, os familiares tiveram autorização para ver o corpo. Um médico de confiança pôde identificá-lo e confirmou que se trata, «sem dúvida», de Jon Anza.
Perguntas sem resposta
O Movimento pró-Amnistia, que não duvida em ligar a morte de Anza à «guerra suja», apresenta uma longa série de questões relativas à versão avançada pela Polícia francesa: «Onde esteve o Jon durante os onze dias que permaneceu desaparecido? Quem é que fez a chamada a avisar que tinham encontrado o Jon num banco? Quem levou o Jon para o hospital? Onde estava o dinheiro que levava? Quem era o médico responsável enquanto esteve hospitalizado? Onde estão os relatórios médicos? Onde está a certidão de óbito? O hospital avisou juízes e polícias da morte de Jon? Procederam a uma investigação que certificasse de quem era o corpo? A Polícia tinha o ADN de Jon e dos seus familiares - fizeram os testes ao cadáver? Quais foram os resultados?».
Lembra ainda que o desaparecimento de Anza foi divulgado aos quatro ventos. Pergunta, então, como é que não se associa esse desaparecimento ao aparecimento, nessa altura, de uma pessoa «desconhecida», com um bilhete de comboio, num hospital.
«Por que é que se dá a informação aos meios de comunicação antes de informar a família?», pergunta o Movimento pró-Amnistia.
Manifestação no domingo em Donostia
Afirma que na morte e na «ocultação» de Anza participaram as polícias francesa e espanhola e que manter o corpo «escondido» durante um ano corresponde a uma decisão política.
Lança um apelo à denúncia destes factos nas ruas e a participação nas mobilizações que forem convocadas.
Com o lema «Errepresio eta gerra zikina amaitu!» [Acabar com a repressão e a guerra suja!], sairá do Boulevar donostiarra uma manifestação no próximo domingo, às 17h30.
Fonte: Gara
Nota de imprensa da Etxerat acerca do caso de Jon Anza
Uma nota carinhosa e humana que a Etxerat divulgou para reconfortar a família de Jon nestes duríssimos momentos.
Da parte da Etxerat, manifestamos o nosso calor e solidariedade aos familiares de Jon Anza.
A associação Etxerat quer manifestar a sua solidariedade e proximidade aos familiares de Jon Anza em tão duros momentos.
Para além disso, pedimos que se esclareçam quanto antes as circunstâncias da sua morte e os pontos negros do caso.
Denunciamos o furo interessado a vários órgãos de comunicação no dia de ontem, antes mesmo de que alguma coisa fosse comunicada à família, e reiteramos o nosso afecto à família Anza.
Fonte: lahaine.org