Irá decorrer esta sexta-feira em Paris o julgamento de Eneko Etxegarai e Ibai Agirrebarrena. Os dois jovens foram detidos no âmbito de uma operação policial que teve lugar em Julho de 2009, e o seu processo dá sequência ao Xan Beyrie e Gilen Goiti, julgados em Junho último. E. Etxegarai e I. Agirrebarrena serão julgados à porta fechada por um juiz de menores, pois eram menores na altura em que alegadamente se deram os factos contra eles imputados (acções contra uma agência imobiliária).
O movimento anti-repressivo Askatasuna recorda o contexto de forte repressão existente na altura em que se deram as detenções dos dois jovens (e de outras dez pessoas) e denuncia a violência dos métodos utilizados: «Os testemunhos das pessoas que foram libertadas tinham sido esclarecedores: gritos incessantes, pressões, chantagem, ameaças, especialmente com a tortura e com o caso de Jon Anza (cujo desaparecimento tinha sido apontado algumas semanas antes)».
A Askatasuna denuncia também a existência de interrogatórios muito pouco centrados nos factos e bastante mais sobre o meio, as ideias pessoais e a militância. Estas observações repetiram-se quando do processo de Xan e de Gilen: «O próprio juiz, e também o procurador, não se mostravam interessados nos factos. Interrogaram-nos sobre as suas ideias, o seu percurso político, sobre questões pessoais».
O movimento juvenil Segi considera que se trata de um processo político e de um ataque, especialmente contra a Segi, «porque a juventude represente a renovação e os Estados têm noção disso».
Na verdade, o movimento juvenil considera que um dos verdadeiros objectivos deste tipo de operações é o «silenciar as aspirações legítimas sobre os nossos direitos, impedindo que as pessoas se empenhem politicamente, se organizem, espalhando o terror e criminalizando-as aos olhos da sociedade».
A Askatasuna pede aos dois Estados que dêem passos no sentido da resolução democrática do conflito e exige «o fim da perseguição aos jovens, o fim das detenções políticas, o abandono de todos os processos e da lei antiterrorista em geral, e o respeito pelos direitos civis e políticos dos prisioneiros bascos e do conjunto dos cidadãos, sejam quais forem as suas opiniões políticas».
Esta prevista uma mobilização de apoio aos dois jovens para o dia do julgamento, na Praça San Andres, às 12h30. / L.B.
Fonte: lejpb
O Tribunal de Pau aceita entregar Josu Esparza ao Estado espanhol
O Tribunal de Pau acedeu à solicitação da Procuradoria, dando assim luz verde ao mandado europeu emitido pelo tribunal de excepção espanhol - Audiência Nacional - contra Josu Esparza, que continuará em liberdade enquanto o processo continuar a decorrer.
O navarro foi detido no passado dia 6 de Setembro em Donibane Lohizune (Lapurdi, EH), onde fazia uma vida pública e normal. Foi posto em liberdade com medidas restritivas, aguardando pela decisão sobre o mandado europeu.
Fonte: Gara