segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Rafa Díez: «Aqui ou para onde me mandarem, continuarei a lutar pelo meu país, pela paz e pelas soluções democráticas»

Rafa Díez dirigiu-se ao tribunal antes de terminar a audiência pública para decidir a sua situação. O ex-secretário-geral do LAB disse que não é um militante «e muito menos» um dirigente da ETA, mas sim «um sindicalista ligado ao seu povo e que lutou por ele», e que não tem qualquer intenção de fugir caso continue em liberdade.
«Aqui ou para onde a mandarem, esta pessoa vai continuar a lutar pelo seu país, pela paz e pelas soluções democráticas, e não irá fugir à justiça nem a esses objectivos», disse perante os juízes Ángela Murillo, Teresa Palacios e Juan Francisco Martel.

O seu advogado, Iñigo Iruin, afirmou em tribunal não ter sido notificado da audiência, pelo que não teve tempo para a preparar.
Negou que o seu defendido tenha intenção de fugir, como argumentou o magistrado do MP, e disse que, se Díez o quisesse fazer, já tinha tido tempo suficiente desde quinta-feira passada, às 20h00, quando a Ser adiantou a sentença.

Apesar disso, os juízes fizeram seu o pedido da Procuradoria e deram ordem de prisão a Rafa Díez, de forma «preventiva, comunicável e sem fiança, até ao limite da metade da pena atribuída de dez anos». Dois polícias algemaram o sindicalista, levando-o até aos calabouços e, dali, para a prisão de Soto del Real.

A última coisa que o sindicalista abertzale fez antes foi assistir ao julgamento de onze jovens de Uribe Kosta (Bizkaia) que hoje começou no tribunal de excepção.

Apoiados desde Euskal Herria
Rafa Díez foi à Audiência Nacional receber a sentença com Amaia Esnal, Txelui Moreno e Mañel Serra, enquanto Arnaldo Otegi, Miren Zabaleta e Arkaitz Rodríguez foram conduzidos até à sede judicial depois de nos últimos dias terem sido transferidos das prisões em que se encontravam, numa altura em que se encontram sequestrados há mais de 700 dias (foram detidos a 13 de Outubro de 2009).
De Euskal Herria foi até Madrid uma delegação do LAB e representantes da esquerda abertzale e do EA, em que se incluía Maiorga Ramírez. O ex-secretário-geral do LAB chegou ao tribunal pelas 10h30, acompanhado pelo advogado Iñigo Iruin e por Rufi Etxeberria.
Fonte: Gara

Esquerda abertzale: «Não há sentença capaz de parar o caminho iniciado»
Donostian, 2011ko irailaren 16an / Em Donostia, no dia 16 de Setembro de 2011.

Ver também:
«A esquerda abertzale afirma que López está "a anos luz da realidade política e social" basca» (Gara)
A esquerda abertzale considerou «extremamente graves» as declarações de Patxi López em que a acusa de «vitimismo», e criticou-o por tentar «esconder o seu imobilismo» com as constantes interpelações que faz à força abertzale. Afirmou ainda que López está a «anos luz da realidade política e social» de Euskal Herria.

Urizar: «Iremos a Madrid para lhes dizer que queremos deixar de ir» (Gara / Gara)
A aliança eleitoral entre forças abertzales e progressistas marcou em grande medida o Verão político em Euskal Herria e irá certamente continuar a fazê-lo até 20 de Novembro. Após a ratificação do acordo pela Assembleia do Aralar e pelo Conselho Nacional da Alternatiba, no sábado, o secretário-geral do EA, Pello Urizar, salientou ontem em Lizarra, onde se comemorava o 25.º aniversário do partido, que esta grande coligação irá a Madrid sem perder a noção que o jogo se joga em Euskal Herria. Afirmou também que a sentença do «caso Bateragune» não ajuda o processo iniciado mas que também não o bloqueia, pois «não há aparelho de Estado que impeça os bascos de assumirem o controlo do seu futuro».