Uma juíza do Tribunal número 5 de Bilbo deferiu o pedido interposto pela associação de moradores de Errekalde, Errekaldeberriz, parando de forma cautelar a licença de demolição do gaztetxe, ao detectar possíveis irregularidades no processo administrativo. Antes, um impressionante destacamento da Ertzaintza, que se deslocou ao bairro bilbaíno de Errekalde, conseguiu despejar o gaztetxe Kukutza e entaipar os seus acessos. Verificaram-se numerosas cargas policiais, que se saldaram pelo menos com 31 detidos e várias dezenas de feridos. Foi convocada uma manifestação contra o despejo do Kukutza para as 17h00, à qual responderam cerca de 5000 pessoas. Por incrível que pareça, a Ertzaintza também carregou sobre os manifestantes.
Fotos: Kukutzaren hustea (Gara) / Fotos: Despejo do Kukutza (Bilbo Branka) / Fotos: Despejo do Kukutza (Berria)
Áudio: Vários testemunhos (Info7 Irratia)
Vídeo: A Ertzaintza contra a concentração pacífica na Rua Gordoniz / Vídeo: Intervenção violenta da Ertzaintza na manifestação, à tarde (Berria) / Vídeo: Manifestação contra o despejo do Kukutza (Gara)
Vídeo: Solidariedade da esquerda abertzale com o Kukutza em Errekalde / Vídeo: O Bildu com o Kukutza
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A Associação de Moradores de Errekalde, Errekaldeberriz, fez saber que a juíza do tribunal número 5 de Bilbo aceitou o recurso que interpuseram e decretou a paralisação cautelar da licença de demolição do Kukutza. Amanhã, realiza-se a audiência sobre o caso.
A decisão judicial foi anunciada pela Errekaldeberriz numa conferência ao início da tarde, em que os seus representantes estiveram acompanhados por utilizadores do gaztetxe e por representantes políticos. A juíza irá avaliar a possibilidade de a CM de Bilbo ter cometido irregularidades no processo administrativo com vista à demolição do gaztetxe.
Manhã agitada e violenta
Dezenas de agentes da Ertzaintza foram até ao bairro bilbaíno de Errekalde para concretizar a acção de despejo, a que se deve seguir a demolição do emblemático gaztetxe, depois de treze anos a fabricar sonhos no bairro de Errekalde. Centenas de pessoas permanecem nas imediações.
Na sua primeira conferência de imprensa para avaliar a operação policial, os membros do Kukutza falaram de 25 detenções e «três dezenas de feridos». Iñaki Karro, advogado do Kukutza, também foi retido pela Ertzaintza, que lhe bateu por diversas vezes.
Para além disso, os membros do gaztetxe responsabilizaram pelo sucedido a Câmara Municipal de Bilbo, o Governo de Lakua e a empresa Cabisa – que levará a cabo a demolição. «A única violência que hoje aqui existiu foi a da Polícia», afirmaram.
Material anti-motim e gás lacrimogéneo
Minutos antes, após a conferência de imprensa, centenas de pessoas tinham-se dirigido para o gaztetxe, em cujas imediações se encontravam caras conhecidas como Karmelo Landa, Oskar Matute ou Dani Maeztu e Dani Murgia (Aralar). Também apareceu o deputado do EA em Gasteiz Juanjo Agirrezabala, que, na qualidade de representante institucional, pediu que o deixassem aceder ao cerco imposto pelos agentes, algo que lhe foi recusado, alegando os polícias que só estavam a cumprir ordens.
Os membros do Kukutza pediram às pessoas que participem na manifestação que esta tarde, às 17h00 horas, partirá da estação ferroviária de Ametzola, embora tenham pedido também que «não se caia em provocações», de forma a evitar a «legitimação» da violenta actuação policial.
Destacamento policial
A Polícia autonómica iniciou a operação pelas 5h00 da manhã, cortando todas as ruas que dão acesso ao Kukutza e realizando inúmeras cargas sobre aqueles que se aproximaram para tentar evitar o despejo.
Vários membros do gaztetxe tinham subido ao telhado do edifício com a chegada dos agentes e permaneceram ali durante várias horas ondeando bandeiras do Kukutza, juntamente com uma pancarta em que se lia «Kukutza gaztetxea ikutu bez!» [No gaztetxe Kuktuza não se toca!]. Também se ouvia «Kukutzatik ez dira pasako!» [Não passarão pelo Kukutza!].
Manifestação à tarde
Pelo menos 5000 pessoas responderam ao apelo dos utilizadores do Kukutza e encheram as ruas de Errekalde, numa manifestação que partiu pelas 17h30 da estação de Ametzola. «Zaurituta baina bizirik» [ferido mas vivo] ou «Denok gara Kukutza» [todos somos o Kukutza] foram alguns dos lemas que se liam nas inúmeras pancartas que os participantes levavam.
Durante o trajecto, a Ertzaintza ameaçou carregar sobre os manifestantes, embora só o tenha feito quando estes passaram cerca de meia hora junto ao Kukutza.
Nessa altura, um contingente da Brigada Móvel surpreendeu os manifestantes na Rua Gordóniz e alguns deles tiveram de escapar pelas ruas circundantes. Em seguida, começaram as actuações de vários grupos musicais na Errekalde plaza.
Fonte: Gara
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GORA KUKUTZA!