quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Advogados do Kukutza pedem a abertura de um julgamento para demonstrar a ilegalidade da demolição e a Ertzaintza volta a carregar

A Ertzaintza carregou sobre as pessoas que se manifestaram na Gran Vía em defesa do Kukutza enquanto decorria a audiência em que os advogados da Errekaldeberriz pediram à juíza que inicie um julgamento para se poder demonstrar que a demolição «não respeita o Plano Geral de Ordenamento Urbano» de Bilbo, sendo assim «ilegal», como afirmou o advogado José Ángel Esnaola.
A Polícia autonómica espanhola deteve pelo menos uma pessoa. A assembleia do Kukutza mostrou mais de 40 relatórios médicos de pessoas feridas ontem pela actuação da Ertzaintza e afirmou que o gaztetxe «continua de pé».

Depois de ouvir as partes envolvidas, a titular do Tribunal número 5 de Bilbo dará a conhecer a sua decisão amanhã.

Antes de a audiência se iniciar, várias centenas de pessoas concentraram-se na Rua Barroeta Aldamar com uma faixa em que se lia «¡Voy tó morao y no me he tomado ná!», em alusão às sucessivas cargas policiais de ontem, que se saldaram com dezenas de pessoas feridas. As pessoas que ali se concentraram tinham ligaduras nos seus corpos e narizes de palhaço, tendo feito ouvir consignas a favor do Kukutza e pedido a demissão do conselheiro do Interior, Rodolfo Ares.

A Ertzaintza obrigou-os a ir para os Jardins de Albia, onde deram uma conferência de imprensa. Um porta-voz da assembleia do Kukutza disse que «a única violência» que ontem existiu foi a exercida pela Ertzaintza, e respondeu ao conselheiro Ares, que tinha afirmado que só se registaram três feridos ligeiros, mostrando os relatórios médicos de 40 pessoas. No total, o número de feridos ronda uma centena.
Segundo disseram, confrontado com o elevado número de feridos, o centro de saúde de Errekalde teve de disponibilizar uma sala só para os atender.

Nova carga
A assembleia do Kukutza também denunciou a situação que se viveu no colégio Gabriel Aresti, a cujo interior os alunos e alunas tiveram dificuldades em aceder, em virtude das cargas da Ertzaintza nas imediações.
Os representantes do Kukutza destacaram que o gaztetxe «continua e continuará de pé» enquanto houver gente a apoiar o projecto.

Uma vez concluída a concentração em frente ao Palácio da Justiça, uma manifestação dirigiu-se às 14h00 para a Gran Vía. A Ertzaintza carregou e deteve pelo menos uma pessoa.

Milhares de pessoas em nova manifestação
Para as 20h00 de hoje foi convocada uma nova manifestação em Errekalde, na qual participaram milhares de pessoas, que encheram mais uma vez as ruas do bairro bilbaíno. No final da manifestação, membros do Kukutza destacaram, em euskara e castelhano, que as mobilizações de ontem e de hoje «reflectem a vontade popular» e mostram que as pessoas «necessitam dos gaztetxes». 
Ontem, cerca de 5000 pessoas manifestaram-se contra a demolição e a brutal actuação da Ertzaintza, que durante a mobilização voltou a carregar e deteve pelo menos uma pessoa, segundo refere a Europa Press citando fontes do Departamento do Interior. Ao longo do dia, registaram-se mais de trinta detenções e houve dezenas de feridos.
Fonte: Gara

Ver também: «Ertzaintza Kukutzaren alde bildu direnei oldartu zaie berriro» (Berria)

«[Actualização] Declarações delirantes de Azkuna em defesa da selvática actuação policial» (boltxe.info)

Fotos: o dia seguinte ao despejo (Gara)

«Construyen cárceles y cierran gaztetxes» (editorial do Gara)

«Azkuna: No», de Mikel ARIZALETA (kaosenlared.net)

Kukutza aurrera!
Kukutzatik ez dira pasako!

Fonte: SareAntifaxista