sábado, 30 de maio de 2009

Em Nafarroa, alertam para uma ofensiva fascista depois do ataque ocorrido em Arrosadia


Desconhecidos partiram o carro da mãe de um dos jovens incluídos na “lista negra”, depois de a família ter sofrido ameaças de morte nuns folhetos em que apareciam as expressões “Arriba España. Hijos de puta”.

Os moradores do bairro iruindarra de Arrosadia responderam na sexta-feira com uma concentração à campanha de intimidações e ataques empreendida em Iruñea [Pamplona] por “supostos descontrolados”, e dirigida muito concretamente contra bares abertzales e pessoas incluídas na “lista negra”. A última das sabotagens, e a mais grave nesse bairro, diz respeito aos estragos provocados no carro da militante da associação Ahaztuak 1936-1977 Santi Santaquiteria, cujo filho faz parte da lista. Santaquiteria é porta-voz das famílias dos jovens incluídos nesse documento.

O carro foi atacado na madrugada de terça-feira por desconhecidos, que forçaram a fechadura, entraram no interior do veículo, riscaram a carroçaria e furaram três pneus. A ocorrência foi denunciada à Polícia Foral.

As intimidações começaram no dia 12, quando apareceram no bar Alboka dois folhetos com o texto: “Arriba España. Hijos de puta. Santaquiteria, los que te quedan son una cuenta atrás”. Nove dias depois, partiram a montra do bar com uma pedra. “Quando li o folheto, reagi com espanto. O meu filho tem o mesmo apelido que eu e pensei que se estavam a referir a ele. Depois de terem atacado o meu carro, sinto que sou eu o alvo, tenho medo, mas controlado. Não vou mudar”, afirma Santi Santaquiteria.

Os moradores do bairro referem que não é um acontecimento isolado, já que nos últimos dias ocorreram incidentes semelhantes em Sakana, Baztan, Irurita ou Santutxu. Em Iruñerria [Comarca de Pamplona], houve ainda uma outra ameaça, contra Bordat Arrizibita, também incluído na “lista negra”. O seu nome apareceu num alvo pintado (com a expressão “Arriba España”) na persiana do bar abertzale Ezpala, em Iturrama.


A estas agressões e ameaças há que juntar os dois ataques com explosivos em Tutera e Arguedas. Em Março, um explosivo de fabrico caseiro foi colocado à porta da herriko taberna de Tutera. Por sorte, não chegou a explodir. Um artefacto semelhante explodiu em Abril no gaztetxe de Arguedas, o Zisko Bardenero. O local foi assaltado e os agressores realizaram inscrições no interior.

Aritz INTXUSTA

«Silencio clamoroso» perante a agressão a Lander Fernández
A esquerda abertzale, num comunicado, criticou com veemência o “silêncio clamoroso” das instituições perante o sequestro e as agressões a Lander Fernández, e realça o mutismo do autarca de Bilbau, Iñaki Azkuna, e do edil Txema Oleaga, que “não demoram um minuto a aparecer em frente aos órgãos de comunicação de cada vez que há uma parede chamuscada”.

No mesmo comunicado, a esquerda abertzale afirma que “o seu silêncio é um sinal de total apoio a actuações próprias de regimes como o de Franco ou de Pinochet”.
O texto sustenta que, depois de o PP e o PSE “terem conquistado Ajuria Enea – e da forma que o fizeram –, a guerra suja foi reactivada” e avisa que “não hesitará em responsabilizar o PSOE pelo que possa suceder a este jovem”.

Notícia completa: Gara

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