Dessas 20 pessoas, 18 foram sujeitas ao regime de incomunicação, e 15 denunciaram ter sofrido tortura. Três delas tiveram que ser conduzidas ao hospital e durante cinco dias não se soube nada de uma pessoa, cuja detenção foi ocultada.
Nas inspecções efectuadas pelos corpos policiais, levaram autocolantes, cartazes, roupa, mealheiros, dinheiro, computadores e material informático, cartas para presos, calendários...
Também afirmaram que a Polícia espanhola “construiu” acusações contra mais 25 pessoas, que manifestaram a sua disposição para se deslocarem ao tribunal.
Face à versão policial, que sustenta que essas pessoas são “perigosos terroristas”, realçaram que todas elas são “activas e trabalhadoras a diferentes níveis, nas suas terras e nos seus bairros”, e que levam a cabo um trabalho público em diversos âmbitos “para mudar esta sociedade e para construir uma sociedade mais justa”.
Na sua intervenção, afirmaram que “a eficácia policial” funciona da seguinte forma: “Primeiro, detém-se e coloca-se sob incomunicação pessoas activas e trabalhadoras em diversos âmbitos nas suas terras e nos seus bairros pela sua militância política. Depois, através da impunidade facultada pelo período de incomunicação, a Polícia constrói acusações à base da tortura, obrigando os detidos e as detidas a darem-se como culpados e a incriminarem outros, criando desta forma novas acusações contra mais pessoas. Mais à frente, quando isso lhes é politicamente conveniente, as pessoas contra quem foram construídas essas acusações são detidas, colocadas sob incomunicação, torturadas... e a lista continua a engordar”.
Disseram que não estão dispostos a consentir essas “violações de direitos”, pelo que exigiram ao Estado espanhol que acabe com a lei que possibilita o período de incomunicação e com as leis que permitem a ilegalização de organizações sociais e políticas, e que permita “o desenvolvimento em igualdade de circunstâncias e condições de qualquer projecto social, cultural ou político, sem mais limites que a capacidade de cada qual o levar para diante”.
Fizeram ainda um apelo à participação na manifestação que percorrerá as ruas de Iruñea no próximo dia 16 de Maio, com o lema «No a la tortura, no a las ilegalizaciones, sí al posible desarrollo de todos los proyectos».
Fonte: Gara