Antes de começar a audiência oral, Julen Larrinaga e Aiert Larrarte salientaram que o que os levava ao tribunal era “a realidade da tortura numa das suas formas em Euskal Herria”.
Chamaram a atenção para as “contínuas denúncias de tortura que existem em Euskal Herria nas últimas décadas”, atestadas “por instâncias internacionais como o Relator da ONU contra a Tortura, a Amnistia Internacional e o CPT”.
Destacaram também o facto de “a Procuradoria nunca realizar investigações de ofício” perante uma denúncia de tortura, que “é automaticamente arquivada”.
Face a isso, sublinharam que “a realidade é que o nome de Espanha aparece citado múltiplas vezes em todos os documentos internacionais” sobre a prática da tortura, ao lado dos da Turquia e Israel.
Larrarte e Larrinaga também consideraram “uma novidade” terem de enfrentar um julgamento e criticaram o facto de “se actuar contra os que denunciam a tortura, em vez de se agir contra os que a praticam”.
Referiram que é o primeiro julgamento destas características a ter lugar em Euskal Herria, o que, na sua opinião, “evidencia a degradação moral de um Governo que anda há 30 anos a utilizar este tipo de métodos como solução para um conflito político”.
Por isso, e face à chegada de Patxi López a Ajuria Enea, perguntaram-lhe “o que é que pensa fazer para acabar com a tortura” e para acabar “com esses espaços de impunidade que existem actualmente, como são as prisões e as esquadras espanholas”.
Detenção de Ibon Meñika
O julgamento contra Aiert Larrarte e Julen Larrinaga decorre da queixa que o colectivo de extrema-direita España y Libertad apresentou e que a Procuradoria espanhola aceitou dois anos mais tarde.
Os representantes do TAT e do Movimento pró-Amnistia participaram numa conferência de imprensa com vários agentes sociais para dar a conhecer o testemunho de tortura de Ibon Meñika, detido em Abril de 2006 pela Guarda Civil. Além de Meñika, os agentes da instituição militar prenderam Sandra Barrenetxea, que também denunciou ter sido torturada. A jovem saiu em liberdade sem fiança.
Notícia completa: Gara
A tortura é o delito, não a denúncia!