Adierazi EH, Eskubide zibil eta politikoen Ekimen Herritarra, apresentou-se no sábado à tarde no auditório do Palácio Euskalduna, em Bilbo, como lugar de encontro de pessoas de diversas proveniências e credos para reclamar o imediato restabelecimento da democracia e exigir o respeito pelos direitos civis e políticos mutilados durante anos.
O auditório do Palácio Euskalduna foi o palco da apresentação à sociedade basca, mas também aos estados espanhol e francês, à Europa e ao mundo, de uma declaração solene de princípios em defesa dos direitos civis e políticos. A professora da UPV-EHU Yolanda Jubeto disse-o de forma bem clara, diante das dezenas de pessoas que impulsionam a Adierazi EH reunidas em Bilbau: «A criação do espaço de participação democrática em Euskal Herria é inadiável, incontornável e inevitável».
Mas a sua declaração não ficou por aí. Jubeto salientou que «o restabelecimento de um sistema de liberdades, absolutamente imperceptível hoje em dia, e a restituição do exercício dos direitos civis e políticos mais elementares é uma prioridade que reivindicamos com absoluta determinação».
Estas foram algumas das reflexões que puderam ouvir as pessoas que encheram o auditório principal do Euskalduna, depois de assistirem a uma cuidada montagem teatral dos Kukubiltxo, combinada com música dos Katamalo, jogos de luzes e imagens em que surgiram os avatares de bascos e bascas desde o trágico bombardeamento de Gernika, em 1937, até à actual ilegalização das ideias e a perseguição de qualquer voz dissidente com o enquadramento político e social estabelecido por aqueles que negam os direitos básicos a Euskal Herria.
Numa tarde desagradável, como os duros tempos que coube viver a um sector importante deste país, o Euskalduna serviu de refúgio aos que se rebelam contra o actual estado de coisas. Ali se juntaram pessoas de todas as proveniências, desde o âmbito da política ao sindical, sem esquecer o mundo da cultura, do desporto, da universidade e do rico movimento popular nascido no seio da sociedade basca. O Gara também esteve presente, na pessoa do seu director, Josu Juaristi.
Às caras habituais noutros encontros, como políticos da esquerda abertzale, Aralar, Eusko Alkartasuna e Alternatiba, juntaram-se representantes do LAB, STEE, EHNE e Hiru, assim como processados em diversas causas abertas na Audiência Nacional espanhola por trabalharem em política, denunciarem violações de direitos, dirigirem meios de comunicação ou fazerem parte da primeira instituição nacional de Euskal Herria.
No final da montagem, dezenas de pessoas que compõem a iniciativa Adierazi EH subiram ao palco do Euskalduna. Amaia Esnal, uma das militantes da esquerda independentista detida em Outubro, e a professora universitária Yolanda Jubeto encarregaram-se de explicar que o acto de sábado não era apenas mais um. Esclareceram ainda que, nas suas respectivas áreas de actuação, algumas das pessoas ali reunidas mantiveram divergências, «nalguns casos de peso», e, como tal, não estão unidas por «uma visão monolítica da realidade. Ao invés - defendeu Jubeto -, constatamos que as nossas ideias merecem ser expressas, que a nossa actividade pública é necessária ou, pelo menos, que em nenhum caso podem ser ilegitimamente limitadas».
A imposição da censura, na opinião da dinâmica apresentada na capital biscainha, serviu para «tornar invisível e retirar da praça pública, da discussão aberta, aspirações partilhadas por amplos sectores da sociedade. Proibiu reivindicações, actos, mobilizações dos cidadãos dinamizadas por maiorias sociais, políticas, sindicais. Impediu - acrescentaram - a livre circulação das ideias e dos projectos políticos. Afectou e falseou a configuração das actuais instituições. Teve, em suma, um severo impacto na pluralidade política e social e na participação democrática, o que condiciona o presente e o futuro do nosso povo».
A violação denunciada é de tal calibre, salientam, que não existe na Europa uma situação como esta a condicionar o futuro de um país. Mas nem tudo é negativo para os homens e as mulheres que impulsionam a declaração do Euskalduna; também se respondeu aos embates repressivos com grandes mobilizações, que mostraram a importância do trabalho conjunto, e a Adierazi EH pretende ser a expressão dessa filosofia de colaboração.
Ver, na sequência: «Respostas massivas» / «Manifesto. Iniciativa popular a favor dos direitos civis e políticos»
Agustín GOIKOETXEA
Fonte: Gara
Reportagem fotográfica da GEHA.press-Boltxe
http://www.lahaine.org/index.php?p=43030
O auditório do Palácio Euskalduna foi o palco da apresentação à sociedade basca, mas também aos estados espanhol e francês, à Europa e ao mundo, de uma declaração solene de princípios em defesa dos direitos civis e políticos. A professora da UPV-EHU Yolanda Jubeto disse-o de forma bem clara, diante das dezenas de pessoas que impulsionam a Adierazi EH reunidas em Bilbau: «A criação do espaço de participação democrática em Euskal Herria é inadiável, incontornável e inevitável».
Mas a sua declaração não ficou por aí. Jubeto salientou que «o restabelecimento de um sistema de liberdades, absolutamente imperceptível hoje em dia, e a restituição do exercício dos direitos civis e políticos mais elementares é uma prioridade que reivindicamos com absoluta determinação».
Estas foram algumas das reflexões que puderam ouvir as pessoas que encheram o auditório principal do Euskalduna, depois de assistirem a uma cuidada montagem teatral dos Kukubiltxo, combinada com música dos Katamalo, jogos de luzes e imagens em que surgiram os avatares de bascos e bascas desde o trágico bombardeamento de Gernika, em 1937, até à actual ilegalização das ideias e a perseguição de qualquer voz dissidente com o enquadramento político e social estabelecido por aqueles que negam os direitos básicos a Euskal Herria.
Numa tarde desagradável, como os duros tempos que coube viver a um sector importante deste país, o Euskalduna serviu de refúgio aos que se rebelam contra o actual estado de coisas. Ali se juntaram pessoas de todas as proveniências, desde o âmbito da política ao sindical, sem esquecer o mundo da cultura, do desporto, da universidade e do rico movimento popular nascido no seio da sociedade basca. O Gara também esteve presente, na pessoa do seu director, Josu Juaristi.
Às caras habituais noutros encontros, como políticos da esquerda abertzale, Aralar, Eusko Alkartasuna e Alternatiba, juntaram-se representantes do LAB, STEE, EHNE e Hiru, assim como processados em diversas causas abertas na Audiência Nacional espanhola por trabalharem em política, denunciarem violações de direitos, dirigirem meios de comunicação ou fazerem parte da primeira instituição nacional de Euskal Herria.
No final da montagem, dezenas de pessoas que compõem a iniciativa Adierazi EH subiram ao palco do Euskalduna. Amaia Esnal, uma das militantes da esquerda independentista detida em Outubro, e a professora universitária Yolanda Jubeto encarregaram-se de explicar que o acto de sábado não era apenas mais um. Esclareceram ainda que, nas suas respectivas áreas de actuação, algumas das pessoas ali reunidas mantiveram divergências, «nalguns casos de peso», e, como tal, não estão unidas por «uma visão monolítica da realidade. Ao invés - defendeu Jubeto -, constatamos que as nossas ideias merecem ser expressas, que a nossa actividade pública é necessária ou, pelo menos, que em nenhum caso podem ser ilegitimamente limitadas».
A imposição da censura, na opinião da dinâmica apresentada na capital biscainha, serviu para «tornar invisível e retirar da praça pública, da discussão aberta, aspirações partilhadas por amplos sectores da sociedade. Proibiu reivindicações, actos, mobilizações dos cidadãos dinamizadas por maiorias sociais, políticas, sindicais. Impediu - acrescentaram - a livre circulação das ideias e dos projectos políticos. Afectou e falseou a configuração das actuais instituições. Teve, em suma, um severo impacto na pluralidade política e social e na participação democrática, o que condiciona o presente e o futuro do nosso povo».
A violação denunciada é de tal calibre, salientam, que não existe na Europa uma situação como esta a condicionar o futuro de um país. Mas nem tudo é negativo para os homens e as mulheres que impulsionam a declaração do Euskalduna; também se respondeu aos embates repressivos com grandes mobilizações, que mostraram a importância do trabalho conjunto, e a Adierazi EH pretende ser a expressão dessa filosofia de colaboração.
Ver, na sequência: «Respostas massivas» / «Manifesto. Iniciativa popular a favor dos direitos civis e políticos»
Agustín GOIKOETXEA
Fonte: Gara
Reportagem fotográfica da GEHA.press-Boltxe
http://www.lahaine.org/index.php?p=43030