segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Profissionais da saúde denunciam a situação sanitária dos presos e reclamam uma assistência digna


768 profissionais da área da saúde subscreveram um manifesto em defesa da saúde do colectivo de presos políticos bascos, no qual denunciam a violação de direitos que sofrem e exigem uma assistência sanitária «digna e adequada».

Cerca de vinte profissionais da área da saúde compareceram no sábado na sede do Colegio de Médicos de Bizkaia, em Bilbau, para dar conta do manifesto subscrito por 768 médicos, psicólogos e enfermeiros em defesa da melhoria da situação sanitária dos prisioneiros políticos bascos que, segundo constataram, «se agravou de forma alarmante».

Miren Arana e Javi Hernando, em nome de todos eles, afirmaram que a «assistência médica» prestada aos presos é «precária e muitas vezes negligente» e que se continuam a violar direitos fundamentais dos presos doentes, o direito à intimidade e à confidencialidade nas consultas.

As «contínuas dificuldades, os entraves e a recusa sistemática de visitas aos médicos e psicólogos de confiança dos presos doentes», o «desprezo pela dignidade do doente» e «a recusa sistemática em libertar os presos com doenças graves e incuráveis» são mais alguns dos factores negativos que, juntamente com a política penitenciária que se aplica hoje em dia, «redundam no agravamento da já de si grave situação» que padecem, de acordo com estes profissionais.

Mostraram uma especial preocupação pela situação que atravessam os prisioneiros que viram reiteradamente recusada a liberdade, apesar de apresentarem um quadro clínico grave e incurável, como Jon Agirre, José Miguel Etxeandia, José Ramón Foruria, Gotzone López de Luzuriaga, Juanjo Rego, Josu Uribetxeberria e um outro preso que sofre de uma perturbação esquizofrénica.

Mencionaram ainda os casos de José Luis Elkoro, de 75 anos, que tem cancro da próstata, e o de Juan Pablo Diéguez, de 67 anos, que sofreu uma intervenção recente a um carcinoma da próstata, assim como o de Igor González, que no final de 2009 tentou pôr fim à vida.

Pedidos
Perante esta situação, os signatários do manifesto pedem à Administração pública, responsáveis das prisões e instâncias judiciais que garantam uma assistência médica adequada e digna a toda os cidadãos.

Recordam que, «para lá de considerações penais ou legais e de qualquer política penitenciária», toda a pessoa tem o mesmo direito a uma saúde integral e de qualidade.

Em resumo, estes profissionais reclamam que as presas e os presos políticos bascos tenham acesso a uma assistência sanitária adequada e digna, «sem obstáculos nem restrições»; que se lhes garantida a visita de médicos e psicólogos de confiança; que tenham acesso a uma assistência adequada em Euskal Herria; e, finalmente, a libertação dos que sofrem de doenças graves e incuráveis.
Fonte: Gara