Os quatro detidos em Gipuzkoa
O Movimento pró-Amnistia informou que os quatro bascos encarcerados na sexta-feira por ordem do juiz Moreno afirmaram ter sido vítimas de duras sessões de tortura por parte da Guarda Civil. De tal forma que o hernaniarra José Camacho se encontra hospitalizado desde quarta-feira no Hospital Clínico San Carlos, em Madrid, em consequência de uma infecção no sangue provocada pelos maus tratos sofridos durante o período de incomunicação.
José Camacho afirmou que as agressões e as ameaças foram uma constante desde a sua detenção, na segunda-feira, além de o terem forçado, durante o regime de incomunicação, a estar despido, só com uma T-shirt.
Referiu que foram inúmeras as vezes que lhe aplicaram «o saco»; para tal, primeiro colocavam-lhe um capuz grosso e um saco por cima. Enquanto lhe aplicavam «o saco», os guardas civis obrigavam-no a fazer exercícios físicos até à exaustão. E, quando já não era capaz de os fazer, eram os próprios militares que o «auxiliavam» a fazer o movimento, segundo informou no sábado o Movimento pró-Amnistia. Como consequência destas sessões de maus tratos, o músculo posterior da perna direita de Camacho «encontra-se rasgado», e foi isso que gerou a infecção do sangue. Foi quando começou a vomitar que o mandaram ser visto pelo médico forense, que decretou a sua imediata hospitalização.
Métodos de tortura semelhantes
A prática do «saco» foi denunciada também pelos hernaniarras Josune Balda e Juan Mari Mariezkurrena e a habitante de Segura Euri Albizu. Todos falaram em agressões contínuas, métodos de asfixia, exercícios extenuantes, ameaças, humilhações e insultos. Mariezkurrena disse ainda que lhe bateram nos testículos.
Os três detidos na Catalunya
Faustino Marcos, Jon Rosales e Adur Aristegi, detidos na terça e na quarta-feira na Catalunya, denunciaram duras sessões de tortura enquanto permaneceram incomunicáveis em poder da Guarda Civil. Os dois jovens biscainhos denunciaram tentativas de violação. Ontem, o juiz Fernando Grande-Marlaska deu-lhes ordem de prisão.
Segundo fez saber ontem o Movimento pró-Amnistia, o donostiarra Marcos mencionou agressões na cabeça, nos testículos e na parte de trás do pescoço, ameaças e posturas forçadas durante horas.
No que diz respeito aos dois jovens biscainhos, disseram que foram detidos pelos Mossos d'Esquadra num controlo de estrada e que foram tratados com correcção. Pediram-lhes um número de telefone para avisar os seus familiares e comunicaram-lhes que tinham direito a designar um médico de confiança. No entanto, depois de serem entregues à Guarda Civil, estes disseram-lhes que se encontravam detidos ao abrigo da «lei antiterrorista» e que os direitos mencionados ficavam suspensos.
Um pau de vassoura no ânus
Na presença do juiz, Aristegi e Rosales negaram todas as acusações e denunciaram ter sido torturados. Negaram ainda que levassem documentação falsa, como divulgaram alguns meios de comunicação.
Adur Aristegi afirmou que o obrigaram a deitar-se no chão, com as mãos e os pés atados. Despiram-no da cintura para baixo e um Guarda Civil pôs-se em cima dele; entretanto, outro agente tentou enfiar-lhe repetidamente um pau de vassoura no ânus, com preservativo na ponta, mas sem o conseguir.
Jon Rosales passou pelo mesmo tormento, agarrado pelas mãos e pelos pés por quatro militares.
Ambos contaram que durante todo o período de incomunicação estiveram de olhos tapados com uma máscara. De acordo com o seu relato, aplicaram-lhes «o saco» até quase à asfixia e obrigavam-nos a baixar-se e a levantar-se alternadamente. Também mencionaram agressões na cabeça, nos testículos e por todo o corpo. Para que não ficassem com marcas, puseram-lhes espuma de borracha em cima, indica o Movimento pró-Amnistia. Referem também que foram ameaçados com a aplicação de eléctrodos e com a possível detenção dos seus familiares.
Fonte: Gara e Gara
Ver também: «'Caso portu', a prova de um crime muito barato», de Ramón Sola
http://www.gara.net/paperezkoa/20100221/184251/es/Caso-portu-prueba-delito-muy-barato
O Movimento pró-Amnistia informou que os quatro bascos encarcerados na sexta-feira por ordem do juiz Moreno afirmaram ter sido vítimas de duras sessões de tortura por parte da Guarda Civil. De tal forma que o hernaniarra José Camacho se encontra hospitalizado desde quarta-feira no Hospital Clínico San Carlos, em Madrid, em consequência de uma infecção no sangue provocada pelos maus tratos sofridos durante o período de incomunicação.
José Camacho afirmou que as agressões e as ameaças foram uma constante desde a sua detenção, na segunda-feira, além de o terem forçado, durante o regime de incomunicação, a estar despido, só com uma T-shirt.
Referiu que foram inúmeras as vezes que lhe aplicaram «o saco»; para tal, primeiro colocavam-lhe um capuz grosso e um saco por cima. Enquanto lhe aplicavam «o saco», os guardas civis obrigavam-no a fazer exercícios físicos até à exaustão. E, quando já não era capaz de os fazer, eram os próprios militares que o «auxiliavam» a fazer o movimento, segundo informou no sábado o Movimento pró-Amnistia. Como consequência destas sessões de maus tratos, o músculo posterior da perna direita de Camacho «encontra-se rasgado», e foi isso que gerou a infecção do sangue. Foi quando começou a vomitar que o mandaram ser visto pelo médico forense, que decretou a sua imediata hospitalização.
Métodos de tortura semelhantes
A prática do «saco» foi denunciada também pelos hernaniarras Josune Balda e Juan Mari Mariezkurrena e a habitante de Segura Euri Albizu. Todos falaram em agressões contínuas, métodos de asfixia, exercícios extenuantes, ameaças, humilhações e insultos. Mariezkurrena disse ainda que lhe bateram nos testículos.
Os três detidos na Catalunya
Faustino Marcos, Jon Rosales e Adur Aristegi, detidos na terça e na quarta-feira na Catalunya, denunciaram duras sessões de tortura enquanto permaneceram incomunicáveis em poder da Guarda Civil. Os dois jovens biscainhos denunciaram tentativas de violação. Ontem, o juiz Fernando Grande-Marlaska deu-lhes ordem de prisão.
Segundo fez saber ontem o Movimento pró-Amnistia, o donostiarra Marcos mencionou agressões na cabeça, nos testículos e na parte de trás do pescoço, ameaças e posturas forçadas durante horas.
No que diz respeito aos dois jovens biscainhos, disseram que foram detidos pelos Mossos d'Esquadra num controlo de estrada e que foram tratados com correcção. Pediram-lhes um número de telefone para avisar os seus familiares e comunicaram-lhes que tinham direito a designar um médico de confiança. No entanto, depois de serem entregues à Guarda Civil, estes disseram-lhes que se encontravam detidos ao abrigo da «lei antiterrorista» e que os direitos mencionados ficavam suspensos.
Um pau de vassoura no ânus
Na presença do juiz, Aristegi e Rosales negaram todas as acusações e denunciaram ter sido torturados. Negaram ainda que levassem documentação falsa, como divulgaram alguns meios de comunicação.
Adur Aristegi afirmou que o obrigaram a deitar-se no chão, com as mãos e os pés atados. Despiram-no da cintura para baixo e um Guarda Civil pôs-se em cima dele; entretanto, outro agente tentou enfiar-lhe repetidamente um pau de vassoura no ânus, com preservativo na ponta, mas sem o conseguir.
Jon Rosales passou pelo mesmo tormento, agarrado pelas mãos e pelos pés por quatro militares.
Ambos contaram que durante todo o período de incomunicação estiveram de olhos tapados com uma máscara. De acordo com o seu relato, aplicaram-lhes «o saco» até quase à asfixia e obrigavam-nos a baixar-se e a levantar-se alternadamente. Também mencionaram agressões na cabeça, nos testículos e por todo o corpo. Para que não ficassem com marcas, puseram-lhes espuma de borracha em cima, indica o Movimento pró-Amnistia. Referem também que foram ameaçados com a aplicação de eléctrodos e com a possível detenção dos seus familiares.
Fonte: Gara e Gara
Ver também: «'Caso portu', a prova de um crime muito barato», de Ramón Sola
http://www.gara.net/paperezkoa/20100221/184251/es/Caso-portu-prueba-delito-muy-barato
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«Acabar com a tortura é um trabalho de todos!», diz a faixa na foto.