A Audiência Nacional espanhola decretou na sexta-feira a libertação de Joseba Zinkunegi, Nuria Alzugarai, Aitor Aranzabal, Txema Jurado, Mikel Etxaburu, Eusebio Lasa e Mikel Garaiondo, com a condição de largarem 350 000 euros de fiança e com os seus direitos políticos expressamente limitados. Foram todos detidos há dois anos pela sua relação com o Batasuna, a ANV ou o EHAK.
A Audiência Nacional espanhola decidiu na sexta-feira pôr em liberdade sete independentistas bascos contra o depósito de uma fiança de 50 000 euros cada um e o cumprimento «da proibição expressa» de participar em actos políticos «idênticos» ou «semelhantes» aos que levaram ao seu encarceramento.
A decisão do tribunal, que se vem juntar à que na quarta-feira permitiu que Pernando Barrena saísse da prisão, assenta no facto de todos eles terem cumprido dois anos de prisão preventiva e de a prorrogação desta situação não se justificar, em virtude de não existir «um especial risco de fuga», além de que a possível reiteração criminosa se pode evitar com as medidas cautelares impostas.
Joseba Zinkunegi, Nuria Alzugarai, Aitor Aranzabal, Txema Jurado, Mikel Etxaburu, Eusebio Lasa e Mikel Garaiondo foram presos no dia 11 de Fevereiro de 2008, uma semana depois da detenção de Pernando Barrena e de Patxi Urrutia, no âmbito da operação ordenada por Baltasar Garzón contra a esquerda independentista. Nesse dia foram detidos catorze representantes abertzales, apenas algumas horas depois de alguns deles terem participado numa conferência de imprensa na qual foi convocada uma greve geral contra a «repressão judicial, política e policial».
[...]
O Aralar tornou pública uma nota de imprensa para «manifestar a sua satisfação pela libertação» dos sete independentistas», e «fazer chegar a sua solidariedade aos seus familiares e amigos». Além disso, a formação abertzale sublinha que «para fazer política é necessário estar na rua».
No texto, afirma-se que «os representantes do Batasuna jamais deveriam ter conhecido a prisão, porque é uma aberração que numa democracia que se considera madura se detenha, julgue e encarcere por fazer política. O Aralar quer sublinhar que o encarcerar pessoas pelo mero facto de fazer política representa um ataque contra os direitos humanos e exige a imediata libertação das pessoas que se encontram presas nessa situação».
Por seu lado, o parlamentar do EA, Jesús Mari Larrazabal, manifestava no seu blog a sua satisfação pela libertação de Barrena e denunciava duramente as medidas cautelares impostas.
O Ministério do Interior impede uma entrevista de Carlin a Otegi para o El País
O Ministério do Interior proibiu que o jornalista e escritor John Carlin entrevistasse na prisão Arnaldo Otegi para o jornal El País. Tanto o dirigente independentista basco como o diário da Prisa tinham aceitado a realização e publicação da entrevista, mas a Direcção das Instituciones Penitenciarias, dependente de Alfredo Pérez Rubalcaba, não concedeu as autorizações necessárias.
John Carlin, nascido em Londres em 1956, é um jornalista de longa trajectória que está actualmente na berra porque acaba de estrear nos cinemas o filme Invictus - realizado por Clint Eastwood e protagonizada por Morgan Freeman -, que se baseia no seu livro sobre Nelson Mandela Playing the Enemy: Nelson Mandela and the Game that Made a Nation.
Carlin trabalha para o El País e colabora com o The London Observer, The Independent, The Sunday Times, The New York Times, entre outros meios.
O seu trabalho na África do Sul e noutros lugares permitiu-lhe conhecer diversos mediadores em conflitos, entre eles Brian Currin, homem comprometido com a busca da paz em Euskal Herria.
Durante o último processo de negociação, John Carlin publicou no diário El País diversos artigos, alguns dos quais partiam da experiência do Norte da Irlanda e lidavam com teses afastadas das do Ministério do Interior.
A 20 de Janeiro último, durante a apresentação do filme Invictus, Carlin declarou que, «de certa forma, se pode dizer que a democracia na África do Sul é mais estável que em Espanha, posto que ali não existem movimentos separatistas».
Fonte: Gara
À parte: «Com clareza»
A proibição expressa a Pernando Barrena para desenvolver qualquer actividade política após a sua libertação sob fiança aproxima-nos a passos gigantes do umbral das ditaduras puras e duras. Não há meias tintas na proibição, que dificilmente se ajusta a um regime que diz respeitar direitos e liberdades. Cada vez falam mais claro. GARA
A Audiência Nacional espanhola decidiu na sexta-feira pôr em liberdade sete independentistas bascos contra o depósito de uma fiança de 50 000 euros cada um e o cumprimento «da proibição expressa» de participar em actos políticos «idênticos» ou «semelhantes» aos que levaram ao seu encarceramento.
A decisão do tribunal, que se vem juntar à que na quarta-feira permitiu que Pernando Barrena saísse da prisão, assenta no facto de todos eles terem cumprido dois anos de prisão preventiva e de a prorrogação desta situação não se justificar, em virtude de não existir «um especial risco de fuga», além de que a possível reiteração criminosa se pode evitar com as medidas cautelares impostas.
Joseba Zinkunegi, Nuria Alzugarai, Aitor Aranzabal, Txema Jurado, Mikel Etxaburu, Eusebio Lasa e Mikel Garaiondo foram presos no dia 11 de Fevereiro de 2008, uma semana depois da detenção de Pernando Barrena e de Patxi Urrutia, no âmbito da operação ordenada por Baltasar Garzón contra a esquerda independentista. Nesse dia foram detidos catorze representantes abertzales, apenas algumas horas depois de alguns deles terem participado numa conferência de imprensa na qual foi convocada uma greve geral contra a «repressão judicial, política e policial».
[...]
O Aralar tornou pública uma nota de imprensa para «manifestar a sua satisfação pela libertação» dos sete independentistas», e «fazer chegar a sua solidariedade aos seus familiares e amigos». Além disso, a formação abertzale sublinha que «para fazer política é necessário estar na rua».
No texto, afirma-se que «os representantes do Batasuna jamais deveriam ter conhecido a prisão, porque é uma aberração que numa democracia que se considera madura se detenha, julgue e encarcere por fazer política. O Aralar quer sublinhar que o encarcerar pessoas pelo mero facto de fazer política representa um ataque contra os direitos humanos e exige a imediata libertação das pessoas que se encontram presas nessa situação».
Por seu lado, o parlamentar do EA, Jesús Mari Larrazabal, manifestava no seu blog a sua satisfação pela libertação de Barrena e denunciava duramente as medidas cautelares impostas.
O Ministério do Interior impede uma entrevista de Carlin a Otegi para o El País
O Ministério do Interior proibiu que o jornalista e escritor John Carlin entrevistasse na prisão Arnaldo Otegi para o jornal El País. Tanto o dirigente independentista basco como o diário da Prisa tinham aceitado a realização e publicação da entrevista, mas a Direcção das Instituciones Penitenciarias, dependente de Alfredo Pérez Rubalcaba, não concedeu as autorizações necessárias.
John Carlin, nascido em Londres em 1956, é um jornalista de longa trajectória que está actualmente na berra porque acaba de estrear nos cinemas o filme Invictus - realizado por Clint Eastwood e protagonizada por Morgan Freeman -, que se baseia no seu livro sobre Nelson Mandela Playing the Enemy: Nelson Mandela and the Game that Made a Nation.
Carlin trabalha para o El País e colabora com o The London Observer, The Independent, The Sunday Times, The New York Times, entre outros meios.
O seu trabalho na África do Sul e noutros lugares permitiu-lhe conhecer diversos mediadores em conflitos, entre eles Brian Currin, homem comprometido com a busca da paz em Euskal Herria.
Durante o último processo de negociação, John Carlin publicou no diário El País diversos artigos, alguns dos quais partiam da experiência do Norte da Irlanda e lidavam com teses afastadas das do Ministério do Interior.
A 20 de Janeiro último, durante a apresentação do filme Invictus, Carlin declarou que, «de certa forma, se pode dizer que a democracia na África do Sul é mais estável que em Espanha, posto que ali não existem movimentos separatistas».
Fonte: Gara
À parte: «Com clareza»
A proibição expressa a Pernando Barrena para desenvolver qualquer actividade política após a sua libertação sob fiança aproxima-nos a passos gigantes do umbral das ditaduras puras e duras. Não há meias tintas na proibição, que dificilmente se ajusta a um regime que diz respeitar direitos e liberdades. Cada vez falam mais claro. GARA