Uma mar de gente, habitantes e numerosos agentes sociais da localidade, participou na homenagem que ontem à tarde se prestou à ikurriña, coincidindo com as festividades das madalenas em Errenteria. Cumpriam-se 25 anos sobre imposição à força da bandeira espanhola na Câmara Municipal desta terra guipuscoana e, como lembram os promotores deste acto de homenagem, no Verão daquele triste 1983 a chamada «guerra das bandeiras» estendeu-se a todo o País Basco, com especial incidência em Errenteria.
Numerosas associações de moradores, culturais e gastronómicas, bem como movimentos populares, partidos políticos, sindicatos e cidadãos expressaram que não querem esquecer aqueles dias, porque “sem memória não há identidade” e desejam que não se voltem a passar semelhantes coisas.
«Dias de guerra»
Numerosas associações de moradores, culturais e gastronómicas, bem como movimentos populares, partidos políticos, sindicatos e cidadãos expressaram que não querem esquecer aqueles dias, porque “sem memória não há identidade” e desejam que não se voltem a passar semelhantes coisas.
«Dias de guerra»
Os oreretarras mais veteranos ainda se lembram do que aconteceu naquele Verão, há um quarto de século, quando o PSOE, tal como hoje, liderava o Município, e decidiu impor à força a bandeira espanhola na varanda da sede municipal, ao ponto de acabar com o ambiente festivo e fazer com que as madalenas fossem suspensas.
E, como evocaram os promotores desta homenagem na conferência de imprensa de sábado passado, aqueles dias não foram dias de festa, foram autênticos dias “de guerra”, em que os cacetetes e as correntes substituíram os risos e os beijos, e o som seco dos tiros ocupou o lugar da música. “Em vez de alegria, feridos; em vez da ikurriña, a bandeira espanhola; face ao desejo do povo, a imposição”, denunciaram.
Com a homenagem de ontem à tarde, as organizações e as pessoas convocantes querem deixar claro que aqueles acontecimentos não caíram no esquecimento em Errenteria, numa altura em que a imposição do símbolo espanhol volta a ser um tema da actualidade, como se pôde ver nos municípios de Bilbau, Donostia ou Lizartza.
Para além disso, no âmbito desta iniciativa popular, também se fez um apelo aos moradores de Errenteria para que, além da participação na homenagem de ontem à ikurriña, coloquem a bandeira nacional basca nas varandas das suas casas, durante o tempo das festas da padroeira.
Para além das organizações sociais e das associações de moradores e entidades gastronómicas que participaram nesta iniciativa, também a apoiaram formações políticas como o Batasuna e os vereadores da esquerda abertzale, o PNV, o Eusko Alkartasuna, a Ezker Batua e o Aralar; e grupos sindicais como o ELA e o LAB. Além disso, foram recolhidas, nos últimos dias, numerosas adesões de carácter individual.
Fonte: Gara