AN convoca mais de 30 independentistas a declarar como acusados, no sumário para ilegalizar o EHAK (Tasio_Gara)
Numa conferência de imprensa concedida hoje em Bilbau, Tasio Erkizia e Idoia Ibero, acompanhados por pessoas representativas da esquerda abertzale, deram informações sobre o novo ataque que a Audiência Nacional espanhola planeia contra a esquerda abertzale.
De acordo com Erkizia, mais de 30 independentistas foram convocados para prestar declarações como acusados a 1 de Setembro. Os participantes na conferência situaram estas convocatórias dentro da ofensiva que o PSOE está a levar a cabo contra a esquerda independentista. Além disso, Erkizia recordou que o Supremo Tribunal fez de Agosto um mês laboral para “comunicar” a sentença de ilegalização da EAE-ANV [Acção Nacionalista Basca] e do EHAK [Partido Comunista das Terras Bascas], porque, segundo disse, a decisão já está tomada pelo Governo, e os juízes limitar-se-ão unicamente a pôr o “celofane jurídico”.
E lembrou que são várias as causas pendentes para Setembro, entre as quais estão o processo contra o Movimento Pró-Amnistia ou a Udalbiltza.
Erkizia insistiu em que, apesar de tudo, o Governo não vai conseguir acabar com a esquerda abertzale – é que lhe vai acontecer o mesmo que a Felipe González, que “criou os GAL com o objectivo de fazer desaparecer a esquerda abertzale” e não o conseguiu, e isto porque, como disse, os problemas políticos nunca podem ser solucionados pela via policial.
«Caça às bruxas»
Fez ainda referência à reunião de hoje entre Mariano Rajoy e o presidente do Governo espanhol, e mostrou-se bastante seguro de que um dos temas a tratar seria “um novo pacto contra a esquerda independentista”. Nesse sentido, acrescentou que “encontrarão aqui um colaborador muito valioso, o PNV, que demonstrou, pese todo o enfrentamento fictício (aludindo ao projecto de lei de consulta), ir de mão dada com o PSOE”.
Porquê esta caça às bruxas contra a esquerda abertzale?”, questionou-se. “Porque a esquerda abertzale tem um projecto factível e possível: a Proposta de Marco Democrático”, disse, insistindo na ideia de que o PSOE e o presidente do Governo espanhol vão “fracassar” se pretendem acabar com a esquerda independentista através do “GAL jurídico”.
Na sequência disto, Erkizia recordou que “30 anos de autonomismo não serviram para resolver o conflito nem desenvolver Euskal Herria como povo, nem o «Amejoramiento» e o Estatuto são instrumentos válidos para tal”.
“O que conseguiram foi que todos os aparelhos franquistas continuem a subsistir, e de muito boa saúde”, finalizou.
«Guerra de tribunais»
A Askatasuna considera que a convocatória de 30 militantes independentistas corresponde à “guerra de tribunais” que o Governo do PSOE está a levar a cabo no contexto da “estratégia repressiva” contra o independentismo basco.
No seu parecer, a Audiência Nacional é “a maior garantia das violações de direitos que se verificam em Euskal Herria”, pelo que esta “guerra de tribunais não tem nenhuma legitimidade para convocar, interrogar e julgar cidadãos bascos”.
Como tal, exige a “extinção imediata” deste tribunal, e pediu à cidadania que mostre o seu “apoio e a sua solidariedade” a todas as pessoas que são “atacadas” pela Audiência Nacional.
Fonte: Gara