domingo, 6 de julho de 2008

Esquerda ‘abertzale’ alerta para a “urgência” de superar contexto actual


Na comparência bastante concorrida que ontem teve lugar no Kursaal de Donostia, e em que participou uma vasta representação da esquerda abertzale, Arantza Urkaregi e Santi Kiroga destacaram que, uma semana depois de se ter aprovado a lei de consulta no Parlamento de Gasteiz, ficaram evidentes o posicionamento “antidemocrático e fascista” do Governo espanhol, por um lado, e a atitude do PNV, que “não vai dar nenhum passo concreto” para superar os limites constitucionais.
A esquerda abertzale não estranha que Madrid recorra da lei de consulta porque “a Constituição é uma ferramenta para continuar a negar a existência política de Euskal Herria” e porque o PSOE “disse não à resolução democrática do conflito ao negar o direito a decidir e à territorialidade, e ao dizer sim ao prolongamento do conflito”.

No que respeita ao PNV, para a esquerda independentista ficou claro que “não quer superar o limite constitucional e que não vai dar nenhum passo concreto nessa direcção”. Urkaregi e Kiroga recordaram as declarações de Iñigo Urkullu segundo as quais o seu partido “respeitará as regras do jogo impostas na Constituição espanhola”, e advertiram que, se o PNV “anda a preparar uma resposta legal” ao recurso do Governo espanhol, a consulta promovida por Ibarretxe “não tem qualquer intenção de mudar as regras do jogo, porque não o quiseram em Loiola e também não o desejam agora”. Asseguraram, então, que a esquerda abertzale “não vai colaborar na defesa da pseudoconsulta de Ibarretxe”, porque “não quer facilitar a campanha eleitoral que o PNV prepara, nem desvirtuar o debate político real que tem lugar neste país”.

Neste contexto, afirmaram que “se acenderam as luzes de alerta” e que Euskal Herria “tem uma urgência enorme na mudança política”. “É imprescindível que se ultrapassem os limites constitucionais para que Euskal Herria seja dona do seu futuro”.
No seu entendimento, o verdadeiro debate incide na fórmula que servirá à realização de uma verdadeira mudança; os restantes são debates “falsos” e “propostas vazias que deturpam a realidade política que este país vive”.
Por isso, face a isso, recordaram que a esquerda independentista colocou sobre a mesa a Proposta de Marco Democrático, que “permite que todos os cidadãos possam exercer o direito a decidir”.
“Quem tiver vontade, encontrar-nos-á nesse caminho; quem apostar num labirinto que começa e acaba no mesmo sítio, não nos encontrará aí”, referiram.
Fonte: Gara