Perante a afluência de milhares de visitantes que durante nove dias e oito noites inundarão as ruas de Iruñea [Pamplona], a esquerda abertzale encara esta festa de San Fermin com o objectivo de dar a conhecer “a existência de um povo que, no coração da Europa, luta pelos direitos que garantam a sua existência”, segundo ressaltaram ontem.
Numa comparência ante os meios de comunicação na iruindarra Gaztelu Plaza, os representantes da esquerda abertzale assinalaram que, “num momento em que o conflito político se mostra em toda a sua crueza, torna-se mais necessário que nunca abordar as soluções desde a sua raiz”. Para tal, reiteraram a sua aposta “na construção de um marco democrático que reconheça Euskal Herria como sujeito político, garanta o direito a decidir da sua cidadania e possibilite a concretização de todos os projectos políticos, incluindo o da independência”, manifestou a vereadora em Iruñea Mariné Pueyo.
Depois de denunciar que o pacto celebrado em Madrid pelo PP e pelo PSOE não faz mais do que “selar a divisão territorial”, os representantes da esquerda independentista advertiram que nas festas de San Fermin continuarão “a dar a conhecer massivamente a actual situação política e a necessidade desse verdadeiro marco democrático”. Para tal, optaram por difundir entre os visitantes “a Navarra insurgente e insubmissa, que sempre fez frente à repressão e ao aniquilamento das suas marcas de identidade”.
Actos convocados
Ante a ikurriña, a bandeira de Nafarroa e a arrano beltza [águia negra], os representantes da esquerda abertzale apelaram aos cidadãos para participarem no txupinazo em defesa dos “nossos símbolos de identidade”.
Além disso, a esquerda independentista apresentou o programa previsto para as próximas festas. No domingo, 6 de Julho, depois do txupinazo, a praça de San Francisco acolherá o tradicional brinde em honra dos presos e refugiados políticos bascos.
O dia 8, terça-feira, será dedicado à reivindicação da amnistia. De manhã, uma oferenda floral homenageará Germán Rodríguez junto ao monólito que o recorda, e na data em que se cumprem os 30 anos da sua morte, às mãos da polícia. Depois da oferenda, um almoço popular recordará os presos políticos no frontão de Berriozar. Na parte da tarde, uma manifestação percorrerá as ruas de Iruñea “em defesa dos direitos dos presos e para denunciar a repressão que Euskal Herria sofre”.
No dia 10, o testemunho passará para os jovens independentistas, que convocaram uma manifestação sob o lema «Herri berri bat piztutzera goaz. Etorkizuna, independentzia» [Vamos criar um novo povo. O futuro, a independência]. Por último, no sábado, dia 12 de Julho, uma marcha que partirá às 13h da praça Recoletas reivindicará um novo marco democrático, sob o lema «Euskal Herriak behar duen aldaketa» [O País Basco precisa de mudança].
Fonte: Gara