sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Bascos denunciam ameaças e agressões físicas por parte da Guarda Civil num controlo nas Astúrias


Dois jovens bilbaínos afirmaram ter sido vítimas de ameaças de morte e de todo o tipo de agressões físicas na sequência de um controlo de estrada em que forma retidos pela Guarda Civil nas Astúrias.

Os acontecimentos deram-se na sexta-feira passada, quando estes dois bilbaínos se dirigiam para uma casa rural asturiana com o intuito de gozar os dias feriados. Logo depois de atravessar a fronteira entre a Cantábria e as Astúrias, por volta das 19h30, os jovens depararam com um controlo da Guarda Civil, em que os mandaram parar. A nota emitida pelo Movimento pró-Amnistia precisa que, inicialmente, pensaram tratar-se de um controlo antidroga.

Os jovens referem que não encontraram nada no veículo e que «tudo foi normal» até os agentes verificarem os seus bilhetes de identidade. Depois disto, sim, começaram as agressões que denunciaram.

Referem com detalhe que um guarda civil que apareceu nessa altura os obrigou a entrar na viatura e que então «começaram as perguntas e as agressões». Relatam que o condutor foi esbofeteado pelo agente, que, sublinham, fazia o gesto de sacar a pistola enquanto lhes dizia «pega na pistola e mata-me, se tens tomates, filho da puta!» ou «Agora vais ver o que é um torturador, vamos para o quartel e já vais ver».

Testemunhas tentaram gravar
Os jovens afirmaram que os pontapés, os socos e as bofetadas foram constantes, assim como as ameaças de morte. A nota emitida pelo Movimento pró-Amnistia ressalta que o carro também foi atingido, sendo visíveis as marcas.
Outros jovens, que se encontravam num veículo retido no controlo, tentaram gravar as agressões, mas os agentes jogaram à defesa e ameaçaram-nos.
Segundo precisam, só dois guardas civis agrediram e ameaçaram os jovens, enquanto os restantes agentes que participavam no controlo, composto por dois jipes e mais dois carros, permaneciam calados perante o que acontecia.

Dois dias depois destes acontecimentos, no dia 6 de Dezembro, quatro jovens mungiarras foram retidos pelo mesmo corpo policial quando se dispunham a colocar uma faixa relacionada com o dia da Constituição espanhola. Estavam numa ponte quando apareceram duas patrulhas da Guarda Civil, que, depois de os identificar, os reteve durante cerca de uma hora. Precisaram que o veículo que possuíam foi inspeccionado e que eles, depois de separados, foram interrogados sobre a sua ideologia política, amizades, estudos ou famílias.

Para o Movimento pró-Amnistia, estes factos provam «a impunidade com que actuam» os corpos policiais em Euskal Herria. Garantem que fora das fronteiras do país «fazem o mesmo empurrados pelo ódio e pela vingança contra Euskal Herria».

Na nota, recorda também o que se passou no fim-de-semana passado, em que seis jovens lekeitiarras afirmaram ter sido agredidos e insultados num outro controlo, alertando para o facto de se estar perante «uma situação grave». O Movimento anti-repressivo critica o facto de a Guarda Civil, que «recorre à tortura nas esquadras, também utilizar agora as agressões e as ameaças nos controlos de estrada».
Fonte: Gara