quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Presos políticos bascos, solidariedade e repressão


A companheira de um preso, interrogada pela Guarda Civil num bosque
A companheira de um preso político foi levada para um bosque e retida durante hora e meia por agentes da Guarda Civil no dia 1 de Dezembro. A jovem biscainha foi interrogada sobre a sua vida privada, a sua actividade política e o seu companheiro preso.
Os acontecimentos, divulgados ontem numa nota emitida pelo Movimento pró-Amnistia, deram-se quando esta jovem, que responde pelas iniciais S.A., se dirigia na sua viatura para a localidade biscainha de Aulesti. Os habitantes afirmam que durante essa manhã todos os acessos, bem como a própria localidade, se encontravam «ocupados» pela Guarda Civil.
De acordo com a nota, a jovem deparou com uma barreira à entrada do município, sendo que os agentes da instituição militar a mandaram parar e depois «a obrigaram a seguir no seu carro até uma esquina, antes de se meterem num bosque». Nessa altura, foram muitos os agentes que se deslocaram para lá, e os próprios moradores referem que as barreiras instaladas na zona desapareceram, mudando-se para o local citado.
Para além do interrogatório variado a que foi sujeita, a jovem biscainha afirma que, antes de a deixarem ir, os agentes ainda a avisaram que visse bem por onde andava ou não seria a última vez que passaria por algo do género.
«Instalar o medo»
O Movimento pró-Amnistia alerta para o incremento dos controlos nas estradas de Euskal Herria por parte da Guarda Civil e entende que com isso se procura, «em vez de salvaguardar a segurança, instalar o medo entre os cidadãos e demonstrar a sua superioridade militar». Defende ainda a ideia de que por trás destas operações se esconde uma decisão de carácter político que «não é senão uma aposta na repressão e na guerra».
Fonte: Gara

Professores, estudantes e trabalhadores da UPB aderem à marcha pelos presos
600 alunos, 160 professores, membros do pessoal administrativo e uma dezena de colectivos da EHU-UPB [Univ. do País Basco] manifestaram a sua adesão à manifestação que terá lugar no dia 2 de Janeiro, em Bilbau, em defesa dos direitos dos presos políticos bascos.
Na conferência de imprensa que decorreu ontem no campus de Leioa (Bizkaia), manifestaram a sua «profunda preocupação» pela situação que atravessam os presos políticos nas prisões espanholas e francesas.
Como membros da comunidade educativa, criticaram a «negação sistemática do direito a estudar» que assiste aos presos e às presas bascas. No caso dos reclusos no Estado espanhol, é-lhes proibido estudar na UPB e vêem-se obrigados a estudar na UNED e em castelhano, enquanto os que se encontram em prisões francesas deixaram de poder estudar na UPB, quando até ao ano lectivo anterior isso era possível.
Por isso, pediram ao reitor, Iñaki Goirizelaia, que faça «todos os esforços necessários» para chegar a um acordo com a direcção das Instituciones Penitenciarias que possibilite a assinatura de um convénio que abra novamente as portas da UPB aos presos e às presas bascas.
Reclamaram ainda a libertação dos prisioneiros gravemente doentes ou que já tenham cumprido a pena a que forma condenados, e que sejam transferidos para Euskal Herria respeitando todos os seus direitos.
Fonte: Gara

Gaizka Larrinaga saiu ontem em liberdade
O preso político bilbotarra foi detido pela Guarda Civil em Novembro de 2004, no âmbito de uma grande operação policial levada a cabo na Bizkaia. Foi torturado, como muitos outros jovens detidos nessa operação.
Foi encarcerado em Dezembro de 2007 com mais cincos jovens, depois de a Audiência Nacional espanhola ter quebrado um acordo previamente estabelecido com a defesa.
Cumpriu os dois anos na prisão de A Lama (Galiza), tendo saído ontem em liberdade.
Fonte: askatu.org

Anjel López, em greve de fome desde 7 de Dezembro
O preso político basco Anjel López, que no dia 26 de Dezembro cumpre a pena a que foi condenado no Estado francês, encontra-se em greve de fome desde o dia 7 deste mês, de forma a chamar a atenção para a eventualidade de ser expulso para o Estado espanhol, com o risco implícito de ser detido e submetido ao regime de incomunicação, de acordo com o Movimento pró-Amnistia.
O ortuellarra, actualmente preso em Draguignan, pretende também reivindicar o direito a viver em liberdade em Euskal Herria e sem correr o risco de ser torturado.
Desde que iniciou a greve de fome já perdeu seis quilos, encontra-se, no entanto, de ânimo forte, segundo o organismo anti-repressivo.
Fonte: Gara