A final do Campeonato de Bertsolaris de Euskal Herria de 2009 já faz parte da história. Foi, antes de mais, um grande espectáculo, um espectáculo moderno, televisivo, de massas, vibrante, carregado de emoção - e de emoções - do princípio ao fim, durante sete horas. Para a memória colectiva deste país ficarão a imagem inédita da txapela sobre a cabeça de Maialen Lujanbio, mas também a do abraço tão caloroso de Amets Arzallus depois de ficar em segundo lugar, a da alegria incontida de Andoni Egaña ao passar o testemunho ou a da satisfação de um público entregue que vibrou ao ponto de fazer a onda no BEC.* Foi, em resumo, uma final sem perdedores, em que todos ganharam: o bertsolarismo, o euskara, e também Euskal Herria.
E não estamos apenas perante um mero espectáculo de entretenimento. Na final, retratou-se a parte da realidade de um país que menos vezes aparece nos órgãos de comunicação social e que menos se conhece fora das fronteiras geográficas e linguísticas. Quem aparecesse no BEC, vindo de outros territórios ou outras línguas, teria descoberto uma nação muito viva com as suas preocupações e as suas esperanças, a sua vontade de chegar a um novo mundo, os seus sofrimentos endémicos e as suas alegrias pontuais, as suas lutas diárias, os seus objectivos por cumprir, os seus sonhos porventura não tão distantes... Os oito bertsolaris serviram novamente como fedatários de questões que muitas vezes se ocultam intencional e malevolamente, e foram a voz dos sem voz em muitos dos seus bertsos.
A final confirmou que este país não existe só com todas as suas marcas de identidade - e o euskara como pedra angular principal -, mas que tem todo o futuro pela frente. Porque o do BEC foi também um evento repleto de juventude: jovens eram os finalistas e jovem era a maior parte do público. Todo um caudal de energia que se resumiu no «Gora gu ta gutarrak» de Unai Iturriaga*, mas mais ainda no bertso de despedida de Maialen Lujanbio, a nova txapeldun [campeã], encorajando as pessoas a prosseguir a senda da construção de Euskal Herria, por cima de «normas, leis e julgamentos».
Fonte: Gara
* BEC: pavilhão em Barakaldo, Bizkaia.
* «Gora gu ta gutarrak»: Viva nós e os nossos.
E não estamos apenas perante um mero espectáculo de entretenimento. Na final, retratou-se a parte da realidade de um país que menos vezes aparece nos órgãos de comunicação social e que menos se conhece fora das fronteiras geográficas e linguísticas. Quem aparecesse no BEC, vindo de outros territórios ou outras línguas, teria descoberto uma nação muito viva com as suas preocupações e as suas esperanças, a sua vontade de chegar a um novo mundo, os seus sofrimentos endémicos e as suas alegrias pontuais, as suas lutas diárias, os seus objectivos por cumprir, os seus sonhos porventura não tão distantes... Os oito bertsolaris serviram novamente como fedatários de questões que muitas vezes se ocultam intencional e malevolamente, e foram a voz dos sem voz em muitos dos seus bertsos.
A final confirmou que este país não existe só com todas as suas marcas de identidade - e o euskara como pedra angular principal -, mas que tem todo o futuro pela frente. Porque o do BEC foi também um evento repleto de juventude: jovens eram os finalistas e jovem era a maior parte do público. Todo um caudal de energia que se resumiu no «Gora gu ta gutarrak» de Unai Iturriaga*, mas mais ainda no bertso de despedida de Maialen Lujanbio, a nova txapeldun [campeã], encorajando as pessoas a prosseguir a senda da construção de Euskal Herria, por cima de «normas, leis e julgamentos».
Fonte: Gara
* BEC: pavilhão em Barakaldo, Bizkaia.
* «Gora gu ta gutarrak»: Viva nós e os nossos.