No dia 18 de Dezembro a esquerda abertzale realizou uma concentração em frente ao Consulado Honorário da Turquia em Bilbau, em protesto contra a ilegalização do partido curdo DTP. Em nome da esquerda abertzale, Tasio Erkizia entregou uma carta à Cônsul Honorária da Turquia, Sra. Dona Carmen Uriarte Martínez. Apresentamos, em seguida, o conteúdo da carta.
Em Bilbau a 18 de Dezembro de 2009,
ao cuidado da Sra. Dona Carmen Uriarte Martínez, Cônsul Honorária da Turquia.
A Esquerda Independentista basca dirige-se a si e à Turquia, Estado que a Sra. representa, para expressar o seu mais enérgico protesto pela recente ilegalização do partido DTP.
Desde a criação do Estado turco, tanto o povo curdo como outros povos dentro das suas fronteiras foram submetidos a uma constante negação dos seus direitos fundamentais. Ao povo curdo, foram-lhe sistematicamente violados os direitos linguísticos, culturais, civis e políticos. O Estado turco levou a cabo durante anos uma política de aniquilação da nação curda que provocou milhares de mortos, feridos e deslocados.
Mais uma vez, com a ilegalização do DTP, as autoridades turcas deitaram por terra os esforços para a criação de um proceso de paz que resolva um conflito tão grave como o curdo. Durante os últimos meses, o movimento curdo e os seus representantes políticos deram passos claros para favorecer um processo de diálogo e negociação: o PKK declarou um cessar-fogo no passado mês de Março e o líder curdo Abdulah Ochalan traçou uma rota na qual seriam dados passos em direcção a uma paz duradoura. Por seu lado, o partido DTP fomentou e favoreceu estes passos tendentes a uma solução democrática do conflito no Curdistão.
A resposta que vocês, representantes do Estado turco, deram a estes movimentos foi completamente desalentadora e denota uma carácter totalmente antidemocrático. Para lá de qualquer declaração pública esperançadora, os factos não deixam lugar a dúvidas: foram detidas centenas de representantes eleitos do DTP, foi sequestrada e ocultada a rota para a paz proposta pelo Sr. Ochalan, prosseguiram as operações militares e recusou-se o diálogo político.
A decisão de declarar ilegal o partido político DTP demonstra que o Estado turco não está interessado numa solução dialogada para o conflito. Tal como o Estado espanhol, o Estado turco está mais interessado num confronto armado do que num confronto democrático de ideias e projectos.
Na nossa opinião, a ilegalização do DTP representa um ataque selvagem aos direitos civis e políticos do povo curdo. A esquerda independentista basca considera ainda que todo o conflito político tem de ser resolvido mediante o diálogo. E todo o diálogo político deve ter lugar em igualdade de condições. Esta ilegalização impede o diálogo e uma possível resolução de um conflito que dura há já demasiados anos.
Exigimos-lhes que, de uma vez por todas, optem pelo respeito pelos direitos fundamentais dos curdos e que abandonem definitivamente as vias repressivas que tanta dor e sofrimento provocam.
Atentamente,
Ezker Abertzalea
Fonte: ezkerabertzalea.info
Concentração da Esquerda Abertzale em frente ao Consulado da Turquia em Bilbau (18/12/2009).
Em Bilbau a 18 de Dezembro de 2009,
ao cuidado da Sra. Dona Carmen Uriarte Martínez, Cônsul Honorária da Turquia.
A Esquerda Independentista basca dirige-se a si e à Turquia, Estado que a Sra. representa, para expressar o seu mais enérgico protesto pela recente ilegalização do partido DTP.
Desde a criação do Estado turco, tanto o povo curdo como outros povos dentro das suas fronteiras foram submetidos a uma constante negação dos seus direitos fundamentais. Ao povo curdo, foram-lhe sistematicamente violados os direitos linguísticos, culturais, civis e políticos. O Estado turco levou a cabo durante anos uma política de aniquilação da nação curda que provocou milhares de mortos, feridos e deslocados.
Mais uma vez, com a ilegalização do DTP, as autoridades turcas deitaram por terra os esforços para a criação de um proceso de paz que resolva um conflito tão grave como o curdo. Durante os últimos meses, o movimento curdo e os seus representantes políticos deram passos claros para favorecer um processo de diálogo e negociação: o PKK declarou um cessar-fogo no passado mês de Março e o líder curdo Abdulah Ochalan traçou uma rota na qual seriam dados passos em direcção a uma paz duradoura. Por seu lado, o partido DTP fomentou e favoreceu estes passos tendentes a uma solução democrática do conflito no Curdistão.
A resposta que vocês, representantes do Estado turco, deram a estes movimentos foi completamente desalentadora e denota uma carácter totalmente antidemocrático. Para lá de qualquer declaração pública esperançadora, os factos não deixam lugar a dúvidas: foram detidas centenas de representantes eleitos do DTP, foi sequestrada e ocultada a rota para a paz proposta pelo Sr. Ochalan, prosseguiram as operações militares e recusou-se o diálogo político.
A decisão de declarar ilegal o partido político DTP demonstra que o Estado turco não está interessado numa solução dialogada para o conflito. Tal como o Estado espanhol, o Estado turco está mais interessado num confronto armado do que num confronto democrático de ideias e projectos.
Na nossa opinião, a ilegalização do DTP representa um ataque selvagem aos direitos civis e políticos do povo curdo. A esquerda independentista basca considera ainda que todo o conflito político tem de ser resolvido mediante o diálogo. E todo o diálogo político deve ter lugar em igualdade de condições. Esta ilegalização impede o diálogo e uma possível resolução de um conflito que dura há já demasiados anos.
Exigimos-lhes que, de uma vez por todas, optem pelo respeito pelos direitos fundamentais dos curdos e que abandonem definitivamente as vias repressivas que tanta dor e sofrimento provocam.
Atentamente,
Ezker Abertzalea
Fonte: ezkerabertzalea.info
Concentração da Esquerda Abertzale em frente ao Consulado da Turquia em Bilbau (18/12/2009).