Em virtude da permanente violação de direitos e liberdades democráticas que Euskal Herria sofre, várias pessoas processadas e condenadas em diversos macro-sumários compareceram ontem em Bilbau para dar conta da organização do «Bat egin Eguna» em Altsasu (Nafarroa), no próximo dia 20 de Setembro, em defesa dos direitos civis e políticos. Uma jornada reivindicativa e festiva que querem que sirva para juntar forças, em protesto contra o contexto político de excepção.Como exemplo da violação da liberdade de expressão, entre outros aspectos, referiram a aposta de Lakua na retirada das fotografias dos presos políticos bascos. Salientaram que essa aposta "carece de sentido" como "tentativa de apagar a realidade" que lhe subjaz.
"Essa realidade - a existência de prisioneiros políticos bascos - está aí e vai continuar a estar, independentemente de a Ertzaintza mandar retirar as fotos ou não", afirmou Maribi Ugarteburu, processada no sumário contra a instituição nacional Udalbiltza.
«Os presos são do povo»
Na conferência levada a cabo em Bilbau, tanto Maribi Ugarteburu como Aratz Estonba, que foi julgado no macro-sumário das Gestoras pro-Amnistia, insistiram na gravidade das constantes violações de direitos que se vivem no país, até ao ponto de "cada novo acontecimento que ocorre não nos causar qualquer surpresa".
Uma situação "instalada" de forma premeditada, na qual "as leis espanholas são utilizadas em Euskal Herria para violar os direitos civis e políticos, em vez de servirem para os garantir". Um estado de excepção e alarmante, até ao ponto de "terem transformado em crime os próprios direitos". Nesse contexto, referiram o caso das mostras de solidariedade para com os presos políticos bascos.
Com tudo isto, juntamente com o veto imposto à vontade popular nas instituições, a criminalização das reivindicações políticas e sociais e, entre tantos outros, também a dos próprios movimentos populares, aqueles que ontem estiveram presentes em Bilbau entendem que se procura "desvirtuar" a realidade política e social do país.
Lembraram também como nos últimos anos foram constantes os relatórios de instâncias internacionais a criticar o Estado espanhol pela prática da tortura ou, por exemplo, pela violação de direitos e liberdades democráticas.
E perante esta situação de excepção em que Euskal Herria vive, perante os atropelos dos estados, e de modo a "recuperar os direitos civis e políticos e lograr, assim, uma verdadeira democracia", os diversos processados fizeram um apelo a uma resposta como país, que represente uma junção de forças e seja uma mostra de unidade. Nesse contexto, deram a conhecer a convocatória da jornada festiva «Bat egin Eguna», para o próximo dia 20 de Setembro em Altsasu, em defesa dos direitos civis e políticos dos bascos.
Notícia completa: Gara
