A associação pela recuperação da memória histórica Ahaztuak 1936-1977 levou ontem a cabo em Donostia um acto em memória e homenagem às milhares de pessoas que foram fuziladas em Euskal Herria e em todo o Estado após o golpe fascista de 1936. O lugar escolhido para a cerimónia foi a denominada «Ponte de Ferro» sobre o rio Urumea, onde há três semanas, no decorrer de umas obras, foram encontradas duas valas comuns que albergavam os restos mortais de sete pessoas desaparecidas após a entrada das tropas franquistas em Donostia, em Setembro de 1936.
Sob a presença de várias patrulhas da Ertzaintza, o acto juntou cerca de cem pessoas no local onde foram encontrados os corpos. No acto intervieram o historiador Iñaki Egaña e um representante da Ahaztuak 1936-1977. Os participantes depositaram flores no local em que foi descoberta a vala comum.
Depois de lamentar «a tragédia que constitui continuar a encontrar ainda hoje corpos de vítimas da repressão franquista», o historiador desejou que, uma vez concluídos os trabalhos de identificação dos corpos, alguém «possa por fim encontrar nestes ossos o seu familiar tão procurado e a cruel mas porventura libertadora resposta a uma pergunta que se arrasta há tantos anos».
Canto em sua memória
Em seguida, um jovem bertsolari cantou à memória dos milhares de desaparecidos após o levantamento franquista de 1936 e mais tarde foi a vez do representante da Ahaztuak. Com sete silhuetas a representar os sete corpos encontrados, junto à ikurriña e às bandeiras republicana, anarquista e comunista em fundo, o porta-voz exigiu «o fim do modelo espanhol de impunidade em relação aos crimes dos franquistas».
Fonte: Gara
Crónica da Ahaztuak 1936-1977 em kaosenlared.net