terça-feira, 7 de julho de 2009

Gora Iruñea, Gora San Fermín

Iruñea 6 de Julho, 12h. «Pamplonesas, pamploneses, viva San Fermín, gora San Fermín. Felices fiestas. TXSSSSSSS...PUM!!!». E Maite Esporrín, do PSN, sorridente, saltitante e exultante em frente às câmaras, dava início às nossas festas. Mais tarde, descreveria o momento como bonito, fantástico, maravilhoso, e de união com a cidadania. Que expressivo. Porque, tratando-se de uma vereadora, qualquer um poderia pensar que essa coisa de se misturar com os cidadãos é um exercício diário e habitual. Mas não. A julgar pela emoção que deixava transparecer, constitui uma ocasião excepcional à qual acedeu via txupinazo. Ou seja, de cima e à distância.

Do outro lado da varanda, com o acesso interdito ao exterior, convenientemente afastada das câmaras por levar uma ikurriña, ficava uma outra vereadora, Mariné Pueyo. E com ela, igualmente ocultos, os milhares de cidadãos e de cidadãs que a elegeram como sua representante. Já se sabe: olhos que não vêem... E nos sanfermines, nos nossos tão internacionais sanfermines, há coisas que simplesmente não devem ser vistas. Porque os sanfermines são sobretudo internacionais. Cada vez mais internacionais. Prima o internacional. E não é que nós, os de casa, não tenhamos lugar, entendamo-nos, que nós, os de casa, podemos estar, podemos ficar, ninguém nos impede. Desde que não estraguemos a imagem a mostrar. Desde que não desatemos a andar por aí com iniciativas populares e programas alternativos e marcas de identidade e a reclamar direitos e participação. Desde que não nos vejam, nem nos oiçam, e bebamos e dancemos e nos esqueçamos de quem somos. Desde que não queiramos ser, ninguém nos impede de estar. Que chatice nós não aceitarmos.

Gloria REKARTE
ex-presa

Fonte: Gara