sábado, 4 de julho de 2009

Satisfação entre os inimigos das liberdades democráticas

Na quinta-feira, o porta-voz do Governo de Navarra, Alberto Catalán, declarou que “Hoje é um dia alegre para a democracia e os direitos humanos”. Este representante do partido que se recusa a repudiar o golpe fascista de 1936 e se empenha em honrar na forma de praça pública um destacado promotor daquele massacre diz que a sentença do Tribunal de Estrasburgo “serve como marco para que na União Europeia não se volte a permitir partidos políticos que aprovem ou não repudiem o terrorismo”.

A sentença do Tribunal de Estrasburgo foi interpretada como um manifestação de apoio à estratégia de criminalização das ideias levada a cabo pelo Estado espanhol.
Efectivamente, os termos da sentença são extremamente preocupantes, porque aprovam as ilegalizações e, para além disso, justificam-nas como uma necessidade democrática. É obvio que as pressões espanholas deram os seus frutos e que, assim, ocorreu uma nova violação de direitos que não augura nada de bom.

A satisfação de todos os inimigos das liberdades públicas, entre eles a UPN, é bastante clarificadora. Enfureceram-se quando o Tribunal Constitucional se recusou a ilegalizar a Iniciativa Internacionalista, os resultados das eleições europeias foram um duro golpe para eles e agora pretendem recuperar o terreno perdido graças à decisão deste tribunal europeu. Contudo, a Lei de Partidos fracassou politicamente, por mais que agora a queiram considerar blindada para toda a eternidade. Nas últimas eleições europeias, a esquerda abertzale foi a terceira força política navarra, quer gostem quer não, e digam o que disserem todos os tribunais do mundo. E para um democrata, acima das decisões tomadas pelos estados e os seus aparelhos judiciais, está a vontade popular.

Claro que quem nunca cortou o cordão umbilical com o franquismo jamais o poderá entender, não é verdade, Catalán?