domingo, 12 de julho de 2009

Presos, solidariedade e perseguição


Absolvem oito dos detidos numa das operações preventivas de 2005

A Audiência Nacional absolveu oito jovens que foram detidos em Fevereiro de 2005, numa das operações denominadas pelas próprias autoridades espanholas como “preventivas”, por considerar que “não pertenceram à ETA ou com ela colaboraram”.

Já Itxaso Guemes, Pagoa Zulueta, Anuntzi Alonso e Anitz Eskisabel foram condenadas a seis anos de prisão, ao serem acusadas de colaborar com a ETA. A maior parte destes jovens passou mais de um ano na prisão por esta acusação.

As chamadas operações preventivas iniciaram-se em 2003 e nos dois anos seguintes houve sete operações policiais do género, que conduziram à detenção de 116 pessoas. Foram quase todos parar à prisão apenas depois de passarem cinco dias em regime de incomunicação, em poder da Polícia espanhola, e não sem antes denunciarem maus-tratos e tortura.

No que diz respeito a outro caso de 2005, o Supremo Tribunal espanhol confirmou a condenação a um ano de prisão de dois habitantes de Amurrio (Araba), decretada pela Audiência Nacional espanhola, por designarem dois presos políticos bascos como “rainha” e “dama de honor” das festas da localidade de 2005.

Fonte: Gara

Solidariedade com os presos e perseguição
Se, como acontece em todas as sextas-feiras, as concentrações em defesa dos direitos dos presos políticos bascos ocorreram um pouco por todo o território de Euskal Herria, por outro lado persegue a mui surreal caça às fotos, faixas e cartazes.

No bairro donostiarra de Gros, por exemplo, duas jovens foram identificadas pela Ertzaintza na herriko taberna, acusadas de andar a espalhar fotos dos presos pelas ruas. O empregado do bar também foi alvo das atenções da Ertzaintza, que o identificou e lhe fez saber que corria o risco de ser denunciado aos papões da democracia espanhola por ter fotos de presos naquele espaço.

Getaria (Gipuzkoa) assistiu à celebração do Elkartasun Eguna [Dia da Solidariedade] no passado dia 4 de Julho. Houve múltiplas actividades, e nelas há que incluir as do próprio autarca (PNV), que não se poupou a esforços para conseguir retirar um painel do alto de Malkorbe, no qual se lia «preso politiko eta iheslariak etxera» [os presos e os refugiados políticos para casa]. Por ordem sua, os empregados da brigada municipal andaram para cá e para lá a retirar o painel do local – pelo menos duas vezes.

Fonte: askatu.org

Em Santurtzi (Bizkaia), várias patrulhas da Ertzaintza apareceram no recinto das txosnas durante as festas, mais propriamente na última quinta-feira. Durante a tarde, levaram várias faixas alusivas à situação dos presos políticos bascos. E, como se isto não bastasse, ainda retiraram uma placa em homenagem a Igor Angulo, preso político que faleceu na prisão de Cuenca em 2006.

Em Lesaka (Nafarroa), como acontece todos os anos no início das festas, as fotografias das presas e dos presos políticos da localidade são colocadas na varanda da Câmara Municipal. No entanto, na última sexta-feira o Município recebeu uma chamada da Delegação do Governo espanhol em Nafarroa na qual lhe foi exigido que retirasse as fotos, sendo que, em caso contrário, a Guarda Civil viria ao local para as retirar e daria início à abertura de diligências.

Fonte: askatu.org

Em Iruñea, os presos voltaram a ser lembrados nas festas San Fermin, no tradicional almoço promovido pela Etxerat em solidariedade com os presos e em defesa dos seus direitos. Como o almoço foi concorrido! A apurtu.org falou com o ex-preso político Lander Fernández. Fonte: apurtu.org