A inter-relação dos bascos com outros povos no comércio e rendimentos do mar provém dos séculos ditos obscuros (IV-IX). Num documento datado de 1059, a cidade de Baiona outorgava-se o aproveitamento exclusivo das baleias, das quais extraíam até três tipos de gordura, alimentos, sabão, óleo para iluminação, roupa, mobiliário e decoração.
Também se refere a existência de uma "grande marinha corsária e mercantil cantábrica no século XIII", "sendo Navarra exportadora por mar de sarjas, pele curtida de cabra, pele curtida de ovelha e lona, no âmbito de um comércio regular entre a península com Inglaterra e a Flandres". Comércio existente, que foi sendo asfixiado territorialmente por Castela.
Pedro Esarte, historiador, centrou a sua atenção, desta vez, na antiga tradição basca de se fazer ao mar para navegar, pescar, piratear, comerciar, emigrar… Conhecida a memória das povoações do litoral, Esarte investigou os registos do interior, das terras de Baztan e da Baixa Navarra [Nafarroa Beherea], para determinar quantos dos seus jovens sentiram a mesma tentação da emigração e do mar, e apresenta-nos um estudo fascinante repleto de detalhes biográficos.