quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Contra a repressão e os julgamentos políticos, manifestação em Iruñea, a 12 de Dezembro

Pessoas imputadas em diversos sumários deram o seu apoio a quem irá ser julgado proximamente na Audiência Nacional espanhola, denunciando também as últimas detenções.


Embora a conferência de imprensa visasse inicialmente a abordagem dos julgamentos de jovens independentistas bascos que vão decorrer nas próximas semanas e anunciar a manifestação que terá lugar no próximo dia 12 de Dezembro em Iruñea [Pamplona], as detenções e as inspecções que ocorreram na semana passada obrigaram os promotores do acto a fazer uma avaliação mais profunda destes acontecimentos.

Assim, salientaram que desde que nos anos 90 o Estado espanhol, em colaboração com a Audiência Nacional, iniciou uma perseguição à juventude basca, já houve milhares de jovens presos, submetidos ao regime de incomunicação, torturados e encarcerados, sendo depois alguns deles condenados a longas penas de prisão. Abordaram a época em que se falava dos «grupos Y», as operações policiais de carácter preventivo, assim como as últimas operações policiais contra jovens acusados de militar na Segi.

Salientaram o facto de estas estratégias repressivas e todas as operações policiais terem uma série de aspectos em comum: o recurso à tortura "como forma de alcançar provas", o recurso "abusivo" à prisão preventiva e a imposição grandes fianças "como chantagem económica".

O papel desempenhado pela comunicação social também é motivo de crítica: "todas estas estratégias são acompanhadas pela propaganda de guerra que o Ministério do Interior leva a cabo, com a colaboração de muitos meios de comunicação. Não existe presunção de inocência, não existe crítica jornalística ao esquema repressivo já conhecido e totalmente caduco. É o novo NO-DO do Estado espanhol. Depois, quando muitas destas pessoas são libertas e absolvidas, ninguém se responsabiliza pelo que aconteceu.
Destacaram ainda o facto de estas "estratégias repressivas contra a juventude" terem sido lançadas em fases em que a Esquerda Abertzale estabelecia as bases para avançar na resolução democrática do conflito. "Aconteceu antes de Lizarra Garazi, aconteceu antes do último processo de negociação e volta a ocorrer quando estamos às portas de algo que trouxe esperança a uma grande parte da sociedade basca", afirmaram. "Estas operações procuram aniquilar as esperanças do Povo Basco, são um ataque a toda Euskal Herria. Sabem que a juventude é o sector mais combativo desta sociedade e daí a obsessão repressiva que incide sobre ela."

Ver, na sequência: «Denunciam o regime de incomunicação e a tortura» e «Manifestação no dia 12 de Dezembro»

Os promotores desejam que a manifestação seja "um encontro inesquecível para todas as pessoas comprometidas com os direitos civis e políticos e que anseiam por um futuro em paz e liberdade". A manifestação partirá da Estação de autocarros de Iruñea [Pamplona], às 17h, e terá como lema "Torturarik ez, Epaiketa Politikorik ez, Si al posible desarrollo de todos los proyectos políticos" [Não à tortura, Não aos julgamentos políticos].
Notícia completa: apurtu.org