Milhares de pessoas secundaram hoje a manifestação nacional que, sob o lema «Salbuespen egoerari aurre egin, Euskal Herriak askatasuna behar du!» [Fazer frente ao estado de excepção. O País Basco precisa de liberdade!], percorreu as ruas de Bilbau, para denunciar o estado de excepção que Euskal Herria vive.
A marcha começou o seu percurso poucos minutos depois das 17h30, a hora prevista para o início.
Os manifestantes quiseram deixar patente o estado de excepção que Euskal Herria atravessa, sendo por isso que se viam na primeira fila aqueles que vivem essa experiência na primeira pessoa. Entre eles, Jon Beaskoa, Jagoba Terrones e Iker Zubia, que foram condenados a 8 anos de prisão no sumário 33/01, ou familiares do preso político gravemente doente Juanjo Rego. Também estiveram presentes Loren Arkotxa, acusado no processo contra a Udalbiltza, ou o processado no macro-sumário 18/98 Iñigo Elkoro.
Arnaldo Otegi, Jone Goirizelaia ou Rafa Díez Usabiaga também se encontravam entre os manifestantes.
Depois de percorrer as ruas da capital biscainha, os participantes terminaram a marcha junto à Câmara Municipal, onde Anjel Alcalde e Lander Etxeberria usaram a palavra.
Ali, referiram que nas últimas semanas a repressão atingiu duramente Euskal Herria, nomeadamente através das operações policiais e das ilegalizações. Depois de manifestarem a sua solidariedade aos perseguidos políticos bascos, Alcalde referiu que “o PSOE mostra que está disposto a levar a cabo uma cruzada contra aqueles que constroem Euskal Herria”.
Novo marco
“Aqui não existe democracia, chama-se terrorista ao que trabalha pela democracia e democrata ao torturador”, afirmou.
Para além disso, incidiu na necessidade de um novo marco democrático, no qual todas as opções políticas tenham lugar, incluindo a independência.
Lembrou que Euskal Herria não tem lugar na Constituição espanhola, uma vez que utilizam a repressão para silenciar a voz de milhares de bascos que defendem a independência. Como exemplo, mencionou a “pena de morte maquilhada” contra os presos doentes ou a dispersão.
“As ilegalizações não têm fim, querem tirar-nos das ruas, e para isso utilizam todos os métodos repressivos que têm ao seu alcance”, disse, acrescentando em seguida que “utilizam a violência para disseminar o medo entre a população”.
Em alusão às últimas operações policiais, Alcalde referiu que as estas “transmitem uma clara mensagem: qualquer pessoa que se organize entra na mira da repressão”.
“O seu objectivo é perpetuar o estado de excepção; teremos mais repressão, guerra suja, dispersão” afirmou, realçando também que, com isso, “a sua impotência é bem evidente”.
“A nossa luta é digna, vêm aí tempos difíceis, chorámos muito e havemos de chorar mais, mas a liberdade de Euskal Herria virá pelo caminho da democracia”, concluiu.
Fonte: Gara