quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Protesto de sábado em apoio ao Batasuna: polícia francesa não levará o caso a tribunal


Enquanto duas mil pessoas se manifestavam nas ruas de Baiona contra a operação da polícia francesa contra o Batasuna, um outro protesto decorria na capital de Lapurdi durante um jogo de rugby.

A polícia francesa não irá dar sequência às diligências abertas no sábado à tarde, depois de três pessoas terem saltado para o campo de jogo, onde se enfrentavam as equipas do Aviron e do Toulon, exibindo uma faixa que denunciava a detenção de 14 dirigentes do Batasuna, dois dias antes.

Os activistas, três pessoas de Nafarroa Beherea [Baixa Navarra], foram detidos imediatamente depois da acção de protesto, que se prolongou durante alguns minutos, e foram logo enviados para a esquadra de Baiona. Os Gendarmes mantiveram-nos detidos durante cerca de duas horas no edifício policial, onde ficaram de se apresentar ontem novamente.

“O país dos direitos do homem ilegaliza um partido político”, era o que se podia ler na faixa que exibiram no campo de jogo. Dois dos três detidos compareceram ontem perante a polícia francesa. Os baixo-navarros explicaram que o seu objectivo não era interromper o jogo de rugby, mas enviar uma mensagem. Logo em seguida, os polícias informaram-nos de que não seriam processados.

Comunicado desde Paris
Contra as detenções da semana passada, e contra “a escalada de violações das liberdades democráticas” por parte dos estados francês e espanhol, o Comité de Apoio aos Presos Bascos de Paris emitiu ontem um comunicado de imprensa em que censura o procedimento de Paris e de Madrid.
O comunicado pede a todos os cidadãos franceses que “manifestem a sua oposição aos graves atentados à democracia” que, no seu entendimento, estão a ser perpetrados pelos estados dos dois lados do Bidasoa.

Sabotagem abortada em Zalla
Contra a actuação repressiva dos estados francês e espanhol, desconhecidos colocaram um artefacto incendiário sob um veículo da Delegação Foral da Bizkaia, em Zalla. Numa chamada anónima feita ao diário GARA, fizeram saber que o engenho não chegou a rebentar. Com o slogan «Euskal Herria ez dago salgai» [O País Basco não está à venda], o interlocutor incitou à “continuidade da luta”.

Fonte: Gara